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ABEn assina Termo de Cooperação Técnica internacional para implantar Guias Clínicos nas práticas da Enfermagem
Documentos são baseados em estudos e pesquisas, trazendo procedimentos atualizados sobre vários temas e serão traduzidos na língua portuguesa
A presidente da ABEn, Ivone Evangelista Cabral, e a Diretora Executiva da Registered Nurses' Association of Ontario (RNAO), do Canadá, Doris Grinspun, assinaram, durante o 63º CBEn, um Termo de Cooperação Técnica que introduzirá no Brasil os Guias Clínicos desenvolvidos sobre temas que demandam as práticas da Enfermagem na rede de saúde.
A parceria vai encurtar distâncias entre o que se produz nos centros de pesquisa e o fazer dos profissionais em seus locais de trabalho, podendo contribuir para a melhoria dos cuidados em saúde no SUS brasileiro.
Depois da assinatura, Doris Grinspun fez uma palestra mostrando como funciona todo o processo de desenvolvimento destes documentos. Ela iniciou lembrando que as enfermeiras profissionais precisam comprovar os conhecimentos e contribuir para as políticas públicas de seu país. “Precisamos ser uma profissão de conhecimentos, porque vários estudos demonstram evidência de práticas clínicas específicas e melhoria nos resultados ao paciente. Ou seja, com a Enfermagem temos diminuição na mortalidade, diminuição nas diárias hospitalares, além de outros benefícios para a sociedade”, disse ela.
Implementação - Na sua fala, Doris ressaltou que iniciou este trabalho porque via, quando era diretora de um hospital no Canadá, que às vezes o trabalho de Enfermagem era excelente e às vezes era deficitário. “Não queremos que nos amem, mas que nos respeitem pelo conhecimento que temos. O trabalho da Enfermagem, passada a evidência, produz resultados clínicos positivos e os governantes e outros gestores de saúde valorizarão cada vez mais nossas práticas”.
Ao explicitar alguns detalhes da formulação destes Guias, ela destacou que as metas são melhorar o cuidado de pacientes e ambientes profissionais, reduzir a variação inexplicável no cuidado clínico e o custo do cuidado por meio da transferência, tradução e apoio à leitura de Guias Clínicas baseadas em evidências dentro da prática clínica e práticas administrativas. Além disso, apoiar decisões na prática clínica e ambientes profissionais baseados em evidência e eliminar intervenções em práticas e lugares profissionais que tenham um efeito mínimo na qualidade ou causam prejuízo. “Temos um processo rigoroso para o desenvolvimento das Guias que inicia a seleção do tema. Uma vez por ano, pedimos para enfermeiras de todo o mundo -recebemos de mil a mil e quinhentas respostas - temas que mais precisam aprofundar procedimentos. Assim escolhemos temas que atingem mais pessoas , que possam ajudar nas práticas clínicas e contamos com enfermeiros mestres, doutores e experts em administração, em educação, e em políticas de saúde. Todos definem as práticas, revisam as evidências, desenvolve as recomendações por meio de uma ferramenta utilizada para avaliar as evidências, isto é, seguimos um modelo de uma associação internacional”, explicou ela.
Cada Guia tem uma página para o público e para o paciente, que tem uma linguagem mais acessível a todos. Hoje são 43 Guias já formatados sobre variados temas, desde prevenção até tratamento que são também transformados em aplicativos para uso em celulares, tablets etc. Atualmente são traduzidos para Francês, Espanhol, Italiano, Chinês e Japonês.
O processo é muito intenso para o desenvolvimento e também há muito trabalho para a implementação de Guias que envolvem 4,5 mil líderes de setores variados, que recebem orientação regular e precisam do apoio em seus locais de trabalho. Também são realizadas seções avançadas para líderes permanentes e intercâmbio de conhecimento por meio de teleconferências.
