No período de 5 a 8 de setembro de 2017 o 69º Congresso Brasileiro de Enfermagem realizou-se na cidade de Maceió, promovido pela Associação Brasileira de Enfermagem, para discutir “O trabalho de Enfermagem na construção de uma sociedade democrática”.
Circularam no evento aproximadamente 2.000 pessoas assim discriminadas:
• 1.599 congressistas inscritos
• 72 convidados e palestrantes
• 20 expositores e suas equipes
• 43 membros de comissões locais
• 69 monitores de várias instituições de ensino (Universidade Federal de Alagoas, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Centro Universitário Tiradentes, Centro Universitário CESMAC e Faculdade Estácio FAL)
• 153 integrantes dos grupos artísticos/culturais.
Foram 10 meses para preparar este congresso, dos quais os 4 primeiros se passaram entre o CONABEn e AND realizados em Brasília durante o 68º CBEn e o CONABEn realizado em fevereiro de 2017, na sede da ABEn. Este tempo preparatório ainda foi encurtado pela decisão de antecipar a data marcada de começo de novembro para o começo de setembro (ou seja, dois meses), arcando-se com as consequências de redução dos prazos para inscrição de trabalho e prazos para negociações de empenhos com secretarias estaduais e municipais de saúde.
O 69º CBEn teve sua proposta aceita por parceiros institucionais importantes, como:
• Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
• Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
• Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas - FAPEAL
• Universidade Federal de Alagoas – UFAL
• Hospital Universitário Professor Alberto Antunes - HUPAA
• Escolas de Enfermagem
• Secretarias de saúde estaduais e municipais
Outros apoiadores:
• Maricota sanduíches
• Bodega do Sertão
• Cuidare
• Studio de Dança Jayson França
• Projeto Batuque Mundaú
• Coral extensionista da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL
• Grupo cultural Xique-xique (coco de roda)
• Maikai Showbar
Estiveram conosco na Feira Tecnológica os parceiros:
• Hemocentro de Alagoas - HEMOAL
• Centro Universitário CESMAC
• Universidade Federal de Alagoas - UFAL e Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes - HUPAA
• Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - USP
• Prefeitura Maceió
• Atlântica Editora
• Editora TEC BOOK
• Editora Sanar
• Revista Nursing
• Programa de atualização PROENF
• Artesanato local (Rendeiras do Pontal)
• Faculdade da Cidade de Maceió - FACIMA)
• Centro Universitário Tiradentes - UNIT
No 69º CBEn foram inscritos 1.987 trabalhos, dos quais 48 não conseguiram ser aceitos por razões diversas do mérito de cada um. Os aprovados foram organizados e apresentados na seguinte distribuição:
• 1.479 trabalhos apresentados na modalidade EPÔSTER
• 243 na modalidade comunicação coordenada
• 58 trabalhos concorrentes aos seguintes prêmios:
• Noraci Pedrosa Moreira
• Glete de Alcântara
• Jane da Fonseca Proença
• Maria Cecília Puntel de Almeida
• Laís Netto dos Reis
• Marcos e Edma Valadão
• Escola de Enfermagem Alfredo Pinto
• Haydée Guanais Dourado
• Wanda de Aguiar Horta
• Vilma de Carvalho
• Marina de Andrade Rezende
• Rosalda da Cruz Nogueira Paim
• Rosi Maria Koch
Durante do 69º CBEn aconteceram várias reuniões, das mais diversas naturezas. Foram propostas e aprovadas moções. A programação do 69º CBEn foi composta por:
• 4 conferências
• 7 diálogos temáticos
• 8 mesas redondas
• 10 rodas de conversa
• 1 simpósio satélite
• 12 Lançamentos de livro
• 14 oficinas e cursos
• 1 talk-show
• 1 sala interativa de saúde mental
Contamos ainda com o ESPAÇO MOCAMBO (espaço destinado ao aprofundamento das discussões da educação popular em saúde e das políticas afirmativas e controle social no SUS), 2º COLÓQUIO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL e um DIALOGO TEMÁTICO DE ENFERMAGEM MILITAR proposto pelo DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE ENFERMAGEM MILITAR da ABEn Seção Rio de Janeiro.
Estiveram presentes para disparar as reflexões e proposições 68 convidados de renome nacional e internacional que, através de suas contribuições levaram os congressistas a profundas reflexões acerca do significado de sua prática cotidiana e o que se oculta nas entrelinhas de uma ação de pouco planejamento e discreto registro.
Os temas das atividades abordaram o trabalho em enfermagem por ângulos diversificados, convergindo para apresentar por quais possibilidades esta categoria profissional que se torna capaz de contribuir para a (re)construção de uma sociedade democrática, porque somente num estado de democracia o potencial humano é capaz de se desenvolver e atingir o seu amadurecimento.
As abordagens se concatenaram e mostraram os conceitos, preceitos e preconceitos que amarram o exercício ético da profissão ao mesmo tempo em que, pela imposição de condições de trabalho e salário quase aviltantes, silenciam os profissionais, os mantêm cativos do medo do desemprego, aceitando a posição subalterna e subordinada tão presente no trabalho feminino. Ao fazerem essas reflexões conclamaram os congressistas a produzir documentos que explicitassem a discordância com a ordem posta, seu repúdio ao desmonte do SUS, ao contingenciamento de recursos financeiros para a implementação das políticas públicas de atenção aos mais vulneráveis, objetivando no mínimo reduzir as iniquidades em saúde e as desigualdades sociais que já se acentuam pela ação governamental de ajuste fiscal, a mais cruel manifestação de luta de classes.
Os congressistas discutiram as especificidades do trabalho desenvolvido pelos profissionais de Enfermagem e os reflexos de uma formação massificada, com fragilidade nos aspectos político, ético, científico, técnico e filosófico.
Os principais temas abordados foram:
• Práticas de enfermagem que contribuem para a transformação da sociedade.
• Trabalho em equipe interdisciplinar integrado e colaborativo.
• Educação Popular em Saúde como instrumento para a construção de uma sociedade justa, democrática e cidadã.
• Ética para as relações, alteridade, diversidade e políticas afirmativas em saúde.
• Movimentos sociais, controle social no SUS e o trabalho da enfenfermagem.
• Relações de trabalho na enfermagem: discutindo o assédio moral.
• A articulação do trabalho da enfermagem com as políticas de saúde mental.
• Efeitos do trabalho na saúde do trabalhador de enfermagem e suas implicações para a pessoa cuidada e para o trabalhador.
• A pesquisa em enfermagem e o produtivismo acadêmico.
• Projeto sustentabilidade da ABEn Nacional para implantação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem.
• Reflexões sobre a relação trabalho-saúde no capitalismo e a nossa organização enquanto trabalhadores, maior contingente da área da saúde
• Desafios e possibilidades do trabalho da enfermagem para transformação da sociedade.
Enfim, muitas foram as contribuições para o ensino, a gestão, a pesquisa, formação política e associativa e para o exercício deste nosso trabalho de cuidar das pessoas, advindas das discussões que aconteceram no 69º CBEn e por tudo que discutimos sobre o processo de cuidar de si e das pessoas sem discriminação de qualquer natureza. Aprendemos que “as mudanças não precisam ser inicialmente grandes, mas devem acontecer cotidianamente nos serviços de saúde, nas escolas e nos espaços sociais através da ação coletiva e resolutiva”, como bem propôs nossa ilustre Heloisa Helena.
Podemos dizer que temos posição definida contra a implementação da “Nova Política Nacional de Atenção Básica - PNAB”, contra o desmonte da democracia e das políticas públicas, a retirada de direitos da população pela imposição de um governo ilegítimo, que está realinhando o país ao mundo competitivo do mercado à custa dos poucos avanços socialmente marcantes.
Tudo isso foi possível porque vocês vieram e muitos trabalharam com afinco para que este congresso acontecesse. A todos nossos sinceros agradecimentos. Maceió agradece a vinda de vocês. Nesses quatro dias (além dos dias – pré e pós congresso) vocês movimentaram a economia do município/estado e ocuparam mais de 40% da capacidade de hospedagem da cidade. A devolutiva foi uma enorme lua cheia, em praias serenas, temperatura amena, anunciando a primavera que raramente temos, num ano que tivemos um inverno rigoroso após oito anos de seca.
Para finalizar, sei que nossa presidente da comissão executiva local, professora Danielly dos Anjos, que incrivelmente conduziu esta equipe, vai fazer alguns agradecimentos. Neste sentido, gostaria de fazer um agradecimento à parte a minha comissão de temas, em especial a cinco pessoas, a professora Lenira Wanderley, que contribuiu sobremaneira na construção do evento como um todo, a professora Regina Santos, que mesmo como superintendente do HU, com todas as demandas que este cargo e a conjuntura atual exigem, sempre esteve presente e solícita às nossas demandas quanto ao evento. As professoras Elisângela Sanches, Verônica Alves e Jovânia Marques, que carregaram o barco antes, durante e espero que continuemos pós-evento. Sem essas três pessoas seria impossível garantir o sucesso do evento.
Muito obrigada a todas e todos aqui presentes.
Laís de Miranda Crispim Costa
Coordenadora da Comissão de Temas
