9013596 | POTENCIALIDADES DO USO DA METODOLOGIA PROBLEMATIZADORA NAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ENFOQUE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE | Autores: Samantha Reikdal Oliniski |
Resumo: A promoção da saúde, entendida como um processo de capacitação da comunidade
para melhoria da qualidade de vida e saúde, é um desafio para as equipes de
saúde. Embora seja almejada, ainda há dificuldades na sua operacionalização. A
metodologia problematizadora pode ser uma alternativa viável, pois parte e
retorna à realidade por meio da ação-reflexão-ação sobre os problemas nela
encontrados. Este estudo teve por objetivo descrever as potencialidades do uso
da metodologia problematizadora encontradas na literatura para realização de
ações significativas de promoção da saúde. A metodologia utilizada foi a
revisão integrativa, de abordagem quali-quantitativa. Foram realizadas buscas
na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando os descritores
“Promoção da saúde” e “Educação em saúde”, e a palavra “problematização”.
Foram encontrados ao todo 52 artigos, e selecionados 8 para estudo. Por se
tratar de um método educativo ativo, a maioria das publicações (75%)
descreveram situações de aplicação da metodologia. Em relação ao tema, não
houve predominância de algum assunto específico. Quanto ao local em que a
metodologia problematizadora foi aplicada também houve variação, 57% foram em
unidades de saúde; 14% em fundação pública de administração indireta da
Secretaria Municipal de Saúde; 14% em instituição especializada em oncologia;
e 14% em uma clínica escola de fisioterapia. Embora os temas e locais sejam
diferentes, boa parte dos estudos (87,5%) estavam vinculados a um programa ou
atividade acadêmica desenvolvida por instituições de ensino superior. Todos os
trabalhos foram unânimes em apresentar como resultado mudanças significativas
nas realidades em que foram desenvolvidos. O uso da metodologia
problematizadora trouxe a reflexão-crítica, bem como possibilitou uma
aproximação concreta com esta realidade, que foi modificada pelas ações dos
envolvidos (profissionais da saúde, estudantes, comunidades, clientes). As
publicações demonstraram diversos aspectos positivos do uso desta metodologia,
como possibilidade de aplicação em contextos variados; necessidade de partir
das pessoas a percepção sobre os problemas vividos e também sobre como
resolvê-los; empoderamento promovido pela interação e envolvimento da
coletividade. Outro dado relevante apresentado neste estudo foi a relação
ensino-serviço, evidenciada pela vinculação das ações às atividades
desenvolvidas por instituições de ensino superior. O gestor em saúde e
enfermeiros precisam conhecer esta metodologia para estimular seu uso e também
para propiciar sua aplicação prática, compreendendo que não se trata apenas de
um método de educação, mas algo mais abrangente que possibilita a capacitação
profissional e também a resolução de problemas.
Referências: Berbel NAN. A metodologia da problematização com o Arco de Maguerez: uma reflexão teórico-epistemológica. Londrina: Eduel; 2012.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. [acesso em 07 jan 2018]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pdf>.
Brasil. Ministério da Saúde. As cartas de promoção da saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2002. [acesso em 07 jan 2018]. Disponível em: .
Paula CC, Padoin SMM, Galvão CM. Revisão integrativa como ferramenta para tomada de decisão na prática em saúde. In: Lacerda MR, Costenaro RGS (orgs). Metodologias da pesquisa para a enfermagem e saúde: da teoria à prática. Porto Alegre: Moriá; 2016, cap. 2, p.51-76.
Villardi ML, CyrinoEG, Berbel NAN. A problematização em educação em saúde: percepção dos professores, tutores e alunos. São Paulo: Cultura Acadêmica; 2015. |