8986443 | MORBIMORTALIDADE DE ADOLESCENTES E JOVENS POR CAUSAS EXTERNAS EM PORTO ALEGRE/RS | Autores: Mariana Ribeiro Marques |
Resumo: As causas externas de morbimortalidade são um grave problema de saúde pública
no Brasil; e a principal causa de morte entre adolescentes e jovens no Estado
e em Porto Alegre/RS¹. O presente estudo analisou a configuração desse
fenômeno no município; e propôs a implantação de uma Linha de Cuidado (LC)
como estratégia da política de saúde para seu enfrentamento e prevenção. O
objetivo do estudo foi descrever as características dos óbitos de adolescentes
e jovens por causas externas no município de Porto Alegre/RS, a fim de
conferir visibilidade ao fenômeno e propor ações para o seu enfrentamento.
Estudo de abordagem qualiquantitativa, que abrangeu informações de bases de
dados e informantes-chave. Na abordagem quantitativa, realizou-se estudo
ecológico descritivo da distribuição dos óbitos por causas externas entre
2011-2016 e a caracterização das vítimas de 10-24 anos, residentes no
município. A abordagem qualitativa foi desenvolvida por meio de entrevistas
individuais semiestruturadas. Foi empregada a metodologia de análise de
conteúdo do tipo temática. Ocorreram 2.428 óbitos; 75,49% por causas externas;
91,27% sexo masculino; 61,05% raça/cor branca, distribuídos entre homicídios
(78,45%), acidentes de transporte (10,04%) e suicídios (4,31%). A procedência
das vítimas revelou áreas de vulnerabilidade social, territórios de disputa do
tráfico de drogas, o que corrobora com as percepções dos entrevistados. As
principais ações necessárias foram: promoção e prevenção por meio da educação
em saúde; ações de vigilância e monitoramento do fenômeno e fortalecimento da
rede de saúde mental. A literatura evidencia adolescentes e jovens como
vítimas contínuas da violência, cujos determinantes sociais, são evitáveis².
Fatores associados à violência: local de moradia, tempo de estudo menor que
oito anos; sexo masculino e faixa etária 15-24 anos. Os resultados subsidiaram
a proposta de uma LC composta por três eixos: matriz conceitual, assistencial
e operativa.
Referências: 1. Martins, CBG. Acidentes e violências na infância e adolescência: fatores de risco e de proteção. Rev. bras. enferm. [internet]. Jul/ago 2013. [acesso em 20 maio 2018]; 66(4):578-84. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben /v66n4/v66n4a17.pdf
2. Moreira, DP, Vieira LJES, Pordeus AMJ, Lira SVG, Luna GLM, Silva JG, et al. Exposição à violência entre adolescentes de uma comunidade de baixa renda no Nordeste do Brasil. Ciên. saúde coletiva [internet]. 2013 [acesso em 18 maio 2018]; 18(5):1273-82. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232013000500012&script=sci_abstract&tlng=pt |