E-Pôster
8450204 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE:
AUTO CUIDADO COM CRIANÇAS, UMA EXPERIÊNCIA POSSÍVEL | Autores: Laura Campos Barbosa ; Luciana Almeida de S. Rodrigues ; Gênesis Vivianne Soares Ferreira Cruz |
Resumo: O presente trabalho refere-se à uma prática de ensino-aprendizagem em Educação
em Saúde realizada com pacientes transplantado renal com 6 e 13 anos,
admitidos na enfermaria da Nefrologia do Hospital Pequeno Príncipe. Segundo os
pressupostos teóricos de Paulo Freire, entre profissionais da saúde e
comunidade, o elemento chave para a mediação pedagógica na promoção da saúde é
a relação dialógica. Nesse processo os profissionais da saúde podem trabalhar
com conhecimentos científicos, relacionando-os à vivência cotidiana dos
indivíduos, com o objetivo de buscar a emancipação do sujeito.O
encaminhamento metodológico partiu da observação da enfermeira residente, que,
ao evidenciar que os pacientes desenvolveram diabetes mellitus, podendo esta
ser descrita como, uma complicação metabólica comum em doentes submetidos a
transplante previamente não diabéticos, passou a observar a relação de ambos
com os cuidados diários: verificação da glicemia capilar e administração de
insulina. Assim, identificou a necessidade de aprendizagem do autocuidado,
controle do nível de insulina, bem como fazer o exame dextro de forma
independente e consequências em uma alimentação inadequada. Sendo a pergunta
problematizadora: Como a insulina atua no corpo humano? Como realizar o
autocuidado em situação de diabetes? A ação aconteceu em 1 dia do mês de abril
de 2018, com uma atividade que durou em torno de 1:30 min. A enfermeira
residente e professora do serviço trabalharam com os dois pacientes no próprio
quarto durante a rotina de cuidado medicamentoso dos mesmos. Com uma linguagem
lúdica, imagens do pâncreas tamanho A4 e os carrinhos das crianças, as
profissionais explicaram os conceitos necessários, comparando a imagem como
uma pista de trânsito. Em seguida, as profissionais entregaram uma figura do
corpo humano e outra do sistema digestório, os pacientes criaram suas
representações com desenhos e palavras, a fim de registrar o conceito. Os
resultados desta intervenção demonstram que a estratégia utilizada foi
determinante para que, em especial, o menino de 6 anos, entendesse o conteúdo
proposto. As educadoras observaram que a criança de 6 anos, em nível de
desenvolvimento operatório concreto, passou a compreender a função da
insulina no seu organismo, bem como a importância de uma alimentação adequada
e o uso da insulina injetável no dia-a-dia. O presente relato demonstra que
ações de educação em saúde com crianças são possíveis, desde que no
planejamento, o educador saiba mediar a atividade com estratégias de acordo
com o nível de desenvolvimento cognitivo da criança.
Referências: FREIRE, Paulo;, Educação e Mudança. Editora Paz e Terra. 34º ed. São Paulo. SP. 2011.
PIAGET, Jean. A Equilibração das Estruturas Cognitivas. Problema central do desenvolvimento. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
REIS, T. C. et al. Educação em saúde: aspectos históricos no Brasil. p. 219–224, 2011.
WITT, R. R.; ALMEIDA, M. C. P. DE. Competências dos profissionais de saúde no referencial das funções essenciais de saúde pública: contribuição para a construção de Projetos Pedagógicos na Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 56, n. 4, p. 433–438, 2003. |