6314595 | Relato de Experiência: A utilização de visitas técnicas como ferramenta de ensino e vivência com Grupos Vulneráveis na graduação de Enfermagem | Autores: Mariana Cristina Lobato dos Santos Ribeiro Silva ; Rosângela Elaine Mineo Biagolini ; Andreia Luciana dos Santos Silva |
Resumo: O ensino superior em saúde está em permanente tensão entre a visão biomédica
do processo saúde-doença e o olhar mais ampliado, considerando o contexto
social, familiar e as singularidades dos sujeitos 1. Cabe às instituições de
ensino em saúde proporcionar aos seus alunos oportunidades de reflexão e,
nesse sentido, as metodologias ativas tornam-se fundamentais, por estimularem
processos de ensino-aprendizagem que promovem uma aproximação crítica da
realidade 2. A Universidade Nove de Julho, em sua busca por inovação e
aprimoramento das estratégias de ensino-aprendizagem, vem utilizando diversas
metodologias ativas em suas práticas pedagógicas. Entre elas destacamos as
Visitas Técnicas às instituições de assistência social, saúde e organizações
não-governamentais que atuam com populações vulneráveis 3,4 , na disciplina de
Redes de Atenção à Saúde do curso de graduação em Enfermagem. A visita técnica
é conceituada como modalidade didática que objetiva fornecer aos educandos uma
oportunidade de vivenciar, em um curto período, a realidade de uma
instituição, de modo que possam conhecer os aspectos operacionais, funcionais
e instalações físicas da instituição, além de seus recursos humanos, sua
visão, missão e valores 5. Nessa atividade os alunos identificam uma
instituição que atue com o grupo vulnerável selecionado pelo professor e
produzem um relatório seguindo um roteiro fornecido previamente. Os grupos
vulneráveis estudados são: imigrantes e refugiados, deficientes físicos e
mentais, a população LGBTT, negros, indígenas, pessoas em situação de
violência, pessoas em situação de rua e dependentes químicos. Os grupos
realizam apresentação em sala de aula, da experiência e impressões com a
visita, momento em que ampliam a discussão sobre o grupo vulnerável abordado.
Observamos que essa estratégia de ensino-aprendizagem vem cumprindo seu papel
de forma transformadora, ampliando os olhares e confrontando os educandos com
os grandes desafios enfrentados em nosso sistema de saúde na busca da
efetivação da saúde como direito de todos.
Referências: 1. Backes DS, Grando MK, Gracioli MAS, Pereira AD, Colomé JS, Gehlen MH. Vivência teórico-prática inovadora no ensino de enfermagem. Esc Anna Nery (impr.) 2012 Jul/Set; 16 (3): 597 – 602.
2. Sobral FR, Campos CJG. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP 2012; 46 (1): 201 – 18.
3. Trindade LL, Ferraz L, Ferraboli SF, Rubini B, Saldenha CT, Bordignon M, et al. A formação profissional na orientação da assistência aos grupos vulneráveis na atenção primária. Rev Enferm UFSM 2015 Abr/Jun; 5 (2): 368 – 78.
4. Barra DCC, Lanzoni GMM, Maliska CA, Sebold LF, Meirelles BHS. Processo de viver humano e a enfermagem sob a perspectiva da vulnerabilidade. Acta Paul Enferm 2010;23(6):831-6.
5. Anais do XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVIII ENEQ) Florianópolis, SC, Brasil – 25 a 28 de julho de 2016. |