5889054 | A Gestão do cuidado em Saúde Mental na Atenção Básica na perspectiva da Reforma Psiquiátrica | Autores: Anastacia Rossana Lemos Nascimento |
Resumo: INTRODUÇÃO: O movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil orientou a
implementação das políticas de saúde mental no país. Esse movimento defende
uma ruptura com o aparato manicomial da psiquiatria tradicional, buscando a
descentralização do cuidado com a criação de serviços substitutivos, a redução
de leitos psiquiátricos e a reinserção social do usuário. Para alcançar esses
objetivos, buscar a integralidade e atender ao requisito da territorialidade
do cuidado, preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária
tem um papel estratégico. OBJETIVO: Verificar a inclusão de ações de Saúde
Mental no processo de trabalho dos enfermeiros no serviço da Atenção Básica.
METODOLOGIA: Tratou-se de uma pesquisa de caráter exploratória, descritiva com
abordagem quantitativa, realizada com enfermeiros(as) de Unidades de Saúde da
Família em todos os cinco Distritos Sanitários do município de João Pessoa-PB.
Os participantes responderam a um questionário informando a frequência de
ações de saúde mental realizadas no seu cotidiano profissional. Os dados
referidos foram organizados em planilhas e analisados suas frequências com
base na estatística descritiva. RESULTADOS: A coleta de dados foi constituída
por uma amostra de quarenta e oito enfermeiros(as). Foi apresentada alguma
capacitação em saúde mental pela maioria dos participantes, e quase nenhuma
especialização na área. As ações de saúde mental, grande parte dos
participantes relataram como raras. Cerca de 31 enfermeiros (as) apontaram
como principal dificuldade: falta de capacitação profissional, falta de
interesse de outros profissionais, deficiência no conhecimento sobre a Rede de
Saúde Mental e problemas na integração desses serviços. CONCLUSÃO: Os
resultados mostraram-se úteis para melhor compreensão do processo de trabalho
das equipes: as ações são escassas, feitas de forma pontual, prevalecendo a
ênfase na medicalização do cuidado. Um achado relevante foi a falta de
indicadores e registros dessas ações.
Referências: COSTA M. Concepções de rede e estratégia na atenção psicossocial: diferenças, contradição e (inter) conexões. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, Florianópolis, 2017; 9 (22): 98-112.
GONÇALVES, D et al. Estudo multicêntrico brasileiro sobre transtornos mentais comuns na atenção primária: prevalência e fatores sociodemográficos relacionados. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2014; 30 (3): 623-632.
NUNES J; GUIMARAES J; SAMPAIO J. A produção do cuidado em saúde mental: avanços e desafios à implantação do modelo de atenção psicossocial territorial. Physis, Rio de Janeiro, 2016; 26 (4): 1213-1232.
SILVA FILHO LB. Políticas de saúde mental para efetivação do cuidado integral na Atenção Básica. [Dissertação de Mestrado] João Pessoa: CCEN/UFPB; 2018. |