3235807 | As relações de hegemonia na prática das enfermeiras obstétricas no parto normal hospitalar | Autores: Maria Aparecida Vasconcelos Moura ; Adriana Lenho de Figueiredo Pereira ; Giuliana Fernandes E Silva ; Ivis Emília de Oliveira Souza ; Ana Beatriz Azevedo Queiroz |
Resumo: Introdução: O modelo intervencionista é ainda dominante nos hospitais
públicos, o que determina a percepção do trabalho de parto e parto como
situações que envolvem riscos à saúde da mulher. Objetivo: Analisar as
relações de hegemonia na prática das enfermeiras obstétricas no parto normal,
segundo o referencial teórico de Gramsci1. Metodologia: Pesquisa qualitativa e
analítica, desenvolvida com treze enfermeiras obstétricas egressas do curso de
residência em duas maternidades públicas do município do Rio de Janeiro,
Brasil. Os dados foram coletados por entrevista individual, semiestruturada e
análise dialética. Aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: A
cultura hegemônica é representada pelo modelo de parto medicalizado e
intervencionista, e a mudança para contra hegemonia instituí-se na práxis2 das
enfermeiras obstétricas pautado no princípio de humanização da assistência ao
parto e nascimento. Observou-se a incorporação de um modelo centrado nas boas
práticas e na redução das intervenções das diretrizes e programas
ministeriais, além das evidências científicas. O referencial elucida aspectos
ideológicos, culturais e políticos envolvidos nas relações de hegemonia
presentes no conflito de modelos de atenção ao parto. Conclusões: Constatou-se
uma quebra do modelo hegemônico tradicionalmente instituído, e os problemas
institucionais, a hierarquia referente aos papéis profissionais e a falta de
autonomia das enfermeiras têm dificultado a consolidação do modelo contra
hegemônico interferindo em sua prática. A pesquisa mostrou-se relevante para a
enfermagem obstétrica como alternativa para superação do modelo
intervencionista e a consolidação da práxis da enfermeira obstétrica na
assistência humanizada, integradora, sensível e segura.
Referências: 1- Coutinho NR. Antonio Gramsci Cadernos do cárcere. Vol. 1. 8ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
2 - Vázquez AS. Filosofia da práxis. São Paulo: Expressão popular, Brasil, 2011. |