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70º CBEn • ISSN: 2319-0086
Resumo: 3235807


3235807

As relações de hegemonia na prática das enfermeiras obstétricas no parto normal hospitalar

Autores:
Maria Aparecida Vasconcelos Moura ; Adriana Lenho de Figueiredo Pereira ; Giuliana Fernandes E Silva ; Ivis Emília de Oliveira Souza ; Ana Beatriz Azevedo Queiroz

Resumo:
Introdução: O modelo intervencionista é ainda dominante nos hospitais públicos, o que determina a percepção do trabalho de parto e parto como situações que envolvem riscos à saúde da mulher. Objetivo: Analisar as relações de hegemonia na prática das enfermeiras obstétricas no parto normal, segundo o referencial teórico de Gramsci1. Metodologia: Pesquisa qualitativa e analítica, desenvolvida com treze enfermeiras obstétricas egressas do curso de residência em duas maternidades públicas do município do Rio de Janeiro, Brasil. Os dados foram coletados por entrevista individual, semiestruturada e análise dialética. Aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: A cultura hegemônica é representada pelo modelo de parto medicalizado e intervencionista, e a mudança para contra hegemonia instituí-se na práxis2 das enfermeiras obstétricas pautado no princípio de humanização da assistência ao parto e nascimento. Observou-se a incorporação de um modelo centrado nas boas práticas e na redução das intervenções das diretrizes e programas ministeriais, além das evidências científicas.  O referencial elucida aspectos ideológicos, culturais e políticos envolvidos nas relações de hegemonia presentes no conflito de modelos de atenção ao parto. Conclusões: Constatou-se uma quebra do modelo hegemônico tradicionalmente instituído, e os problemas institucionais, a hierarquia referente aos papéis profissionais e a falta de autonomia das enfermeiras têm dificultado a consolidação do modelo contra hegemônico interferindo em sua prática. A pesquisa mostrou-se relevante para a enfermagem obstétrica como alternativa para superação do modelo intervencionista e a consolidação da práxis da enfermeira obstétrica na assistência humanizada, integradora, sensível e segura.


Referências:
1- Coutinho NR. Antonio Gramsci Cadernos do cárcere. Vol. 1. 8ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015. 2 - Vázquez AS. Filosofia da práxis. São Paulo: Expressão popular, Brasil, 2011.