1789 | Perfil epidemiológico do doador voluntário de sangue do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ | Autores: Tatiana Rodrigues de Araujo Lima (tatirodriguesaraujo@yahoo.com.br) (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Larissa Said Lima Costa (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Stephany Couto Santiago (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Suzana da Silva Pereira (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Flavia Miranda Gomes de Constantino Bandeira (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) |
Resumo: Considerando que menos de 2% da população brasileira é doadora voluntária de sangue, faz-se necessário conhecer esse grupo, de modo a criar estratégias para a captação de novos voluntários. Objetivou-se identificar o perfil epidemiológico dos doadores que compareceram à seleção pré-doação no Banco de Sangue do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Trata-se de um estudo seccional, exploratório descritivo, com abordagem quantitativa e análise estatística. A coleta de dados deu-se por meio de entrevista. Dos 104 doadores entrevistados, 60,6% eram do sexo masculino; 46,2% tinham entre 20 e 29 anos, sendo a média de idade de 32 anos; e 75% eram naturais do município do Rio de Janeiro. Quanto ao estado civil, a maioria era de solteiros (59,6%); em relação à escolaridade, possuíam, em sua maioria, ensino médio completo (30,8%) e ensino superior incompleto (29,8%). Com relação à orientação sexual, dos respondentes com vida sexual ativa, apenas 2,9% declararam terem tido relações com pessoas do mesmo sexo e 5,8% não responderam à pergunta. Quanto ao histórico de parceria sexual, apesar de 44,2% terem referido parceiro único, 30,8% referiram múltiplos parceiros (mais de três em dez anos). Quanto ao uso de preservativos nas relações sexuais, as respostas foram preocupantes: 26,9% dos doadores responderam que utilizam com pouca frequência e 6,7% responderam que nunca os utilizam, além de 9,6% terem omitido sua resposta. Quanto a outros comportamentos de risco, nenhum dos respondentes referiu uso de drogas injetáveis, e apenas 3,8% afirmaram já terem feito piercing ou tatuagem em locais que consideraram suspeitos a riscos de infecção. Conclui-se, portanto, a partir do perfil apresentado, que os doadores voluntários são, em sua maioria, adultos jovens, solteiros, e que ainda podem apresentar múltiplos parceiros e comportamentos sexuais de risco como o uso irregular do preservativo. O enfermeiro tem papel educador fundamental nesse contexto, portanto conhecer o perfil do doador é um passo norteador para a elaboração de estratégias de melhor orientação ou maior captação de alguns grupos específicos.
Referências: BRASIL. Decreto no 95.721, de 11 de setembro de 1988. Regulamenta a Lei no 7.649, de 1988, que estabelece a obrigatoriedade do cadastramento dos doadores de sangue bem como a realização de exames laboratoriais no sangue coletado, visando a prevenir a propagação de doença. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1988a. BRASIL. Lei no 7.649, de 25 de janeiro de 1988. Estabelece a obrigatoriedade do cadastramento dos doadores de sangue, bem como a realização de exames laboratoriais no sangue coletado, visando a prevenir a propagação de doenças. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988b. FERREIRA, O. Estudo de doadores de sangue com sorologia reagente para hepatites B e C, HIV e sífilis no Hemocentro de Ribeirão Preto. 2007. 123p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto: 2007. |