1779 | O processo de empoderamento de um usuário-instrutor de atividade no Centro de Atenção Psicossocial: relato de experiência | Autores: Raul Vinicius Eleutério (raul.eleuterio96@gmail.com) (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Jeferson Rodrigues (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Palloma Caroline Guedes Oliveira (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Luciara Fabiane Sebold (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Barbara Mohr da Silveira (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Juliana Simas Justino (Universidade Federal de Santa Catarina) |
Resumo: O processo de empoderamento de um usuário-instrutor de atividade no Centro de Atenção Psicossocial: relato de experiência Introdução: O empoderamento dos usuários vinculados aos Centros de Atenção Psicossocial é uma prerrogativa do processo da Reforma Psiquiátrica. O empoderamento caracteriza-se pelo aumento de poder e autonomia do sujeito nas diferentes relações interpessoais e institucionais, esse termo adquiri maior significado sobre aqueles submetidos a relações de opressão, dominação e discriminação social¹. Na qualidade de estudante de uma disciplina de enfermagem em saúde mental vivenciei uma atividade em que o usuário do serviço passou a ser o instrutor da mesma. Partiu-se da questão de como se deu a transição de um usuário para atuar como instrutor de atividade. Objetivo: Relatar o processo de empoderamento de um usuário-instrutor na atividade de capoeira ofertada por um Centro de Atenção Psicossocial. Método: Trata-se de um relato de experiência que incluiu observação da interação entre instrutor e participantes, participação na atividade de capoeira e conversa com o usuário sobre o processo de empoderamento. Resultados: a transição de usuário-instrutor constituiu-se na elaboração de seus sintomas clínicos, na sua reconstrução identitária no que se refere ao lugar social que ocupa em seu cotidiano, na aposta da equipe de saúde de que o usuário poderia compartilhar, aprimorar e adquirir novas habilidades, mesmo porque havia demanda para esta atividade. Conclusões: adverte-se que embora o empoderamento se constitua como poder e autonomia, este se efetiva na relação com o outro, na aposta que outros lugares são possíveis no cotidiano dos serviços. Contribuições para enfermagem: o relato apresentado contribui para a autocrítica da enfermagem ao refletir seu processo de empoderamento relativo a clínica no campo da atenção.
Referências: 1. Vasconcelos EM. O poder que brota da dor e da opressão: empowerment, sua história, teorias e estratégias. São Paulo: Paulus. Nota 2003. |