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Anais :: 69° CBEn • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1765


1765

PERCEPÇÕES SENTIMENTAIS E A SEXUALIDADE VIVENCIADA EM AMBIENTE PRISIONAL

Autores:
Marianny Medeiros de Moraes (marianny.medeiros.moraes@gmail.com) (Universidade Federal de Alagoas) ; Karlayne Reynaux Vieira de Oliveira (Universidade Federal de Alagoas) ; Jessica de Melo Albuquerque (Universidade Federal de Alagoas) ; Barbara Maria Gomes da Anunciação (Universidade Federal de Alagoas) ; Maira de Melo Freire (Universidade Federal de Alagoas) ; Amuzza Aylla Pereira dos Santos (Universidade Federal de Alagoas)

Resumo:
Introdução: a sexualidade mesmo sendo considerada uma questão central de políticas de saúde, na sua integralidade não é efetivada, uma vez que no ambiente prisional a atenção é destinada a questões objetivas, e mesmo com sua significância, as questões subjetivas que refletem nos domínios biológicos, físicos, emocionais, sociais e psíquicos do sujeito, estão sendo negligenciados.¹ Objetivo: descrever os sentimentos que a sexualidade simboliza para mulheres em privação de liberdade. Métodos: estudo do tipo descritivo, com abordagem quantitativa, realizado com 18 reeducandas no Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia no período de janeiro a abril de 2017, dados coletados por meio de questionário semiestruturado, estudo aprovado conforme CAAE nº 57828516.0.0000.5013. Resultados: a maioria das mulheres define sua vida sexual como muito ruim (N=7) ou regular (N=5), descrevem que o que mais importa em um relacionamento a dois é o afeto, carinho e amor (N=10), buscam companhia (N=6) e em seguida objetivam proteção e segurança (N=3), referem que durante o período de reclusão apresentam episódios de desejo sexual poucas ou algumas vezes (N= 13), entretanto revelam um grau de desejo sexual ausente (N= 7) e elevado (N= 5) e quando questionadas sobre excitação, dez relataram já ter se sentido excitada. Conclusão: mesmo não recebendo a atenção necessária, observa-se nos relatos a importância que a sexualidade representa para as mulheres em privação e que a negação desse direito reflete diretamente na forma que essas mulheres encaram a realidade carcerária e os sentimentos negativos que carregam produzem efeitos em outras esferas pessoais. Contribuições para Enfermagem: oferecer evidências que fortaleçam a busca de atenção qualificada visando suprir essas necessidades e fundamentar mudanças legislativas que garantam o acesso à saúde de forma integral considerando fatores subjetivos e reconhecendo sua capacidade de produzir efeitos deletérios. Descritores: Prisões. Saúde da Mulher. Sexualidade.


Referências:
Gomes et al. Concepções e vivências da sexualidade: um estudo com usuárias da estratégia de saúde da família. Rev. S. Publica Miolo. Out./dez. 2010; 34(4): 919-934.