1720 | Sentimentos das nutrizes em privação de liberdade frente ao processo de separação com o lactente | Autores: Francisca Márcia Pereira Linhares (marciapl27@gmail.com) (Universidade Federal de Pernambuco) ; Ana Carolina Cristovão Silva (Universidade Federal de Pernambuco) ; Marcelle Guimarães de Mello (Universidade Federal de Pernambuco) ; Tatiane Gomes Guedes (Universidade Federal de Pernambuco) |
Resumo: Introdução: A população carcerária é majoritariamente composta por homens, entretanto vem se observando um aumento do percentual de mulheres dentro deste cenário. O sistema prisional foi pensado para a população masculina, sendo necessária adaptações para o universo feminino. Através da Lei Nº 11.942/2009, foi garantido que as penitenciárias femininas devem possuir um ambiente específico de convivência da mãe com seu filho durante o período do aleitamento materno, no entanto a quebra abrupta deste vínculo trará consequências para a mãe e o bebê. Objetivos: Identificar os sentimentos das nutrizes em privação de liberdade frente ao processo de separação com o lactente. Percurso Metodológico: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa. A coleta de dados ocorreu na Colônia Penal Feminina do Recife de julho a outubro de 2014 por meio de entrevista individual semiestruturada. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra e analisadas segundo a análise de contúdo na modalidade temática de Bardin. Resultados: As 9 participantes possuíam idade entre 20 e 27 anos. Quanto aos sentimentos frente ao processo de separação com lactente, foram relatados criação de laços afetivos, sofrimento pela quebra do vínculo e desejo de continuar cuidando dos filhos. Considerações finais: O sistema prisional pode configurar-se num ambiente hostil, de reforço de estereótipos, onde a mulher que cometeu delitos/crimes não seja merecedora de exercer seu papel de mãe, constituindo-se em uma das múltiplas facetas de violência contra a mulher. Implicações para enfermagem: A partir destes resultados, faz-se necessário o protagonismo da enfermagem, realizando ações educativas de saúde mental com essas mulheres, buscando estabelecer laços de confiança com as mesmas, prestando um cuidado centrado na compreensão de tais sentimentos e na prevenção de agravos à sua saúde psíquica. Descritores: mulheres, prisões, vínculo
Referências: ARGIMON, I. I. L; SCHMIDT, E. B. Vinculação da gestante e apego materno fetal Padéia, v.19, n.43,2009. ARMELIN, B. D. F; DE MELO, D. C; GAUER, G. J. C. Filhos do cárcere: estudo sobre as mães que vivem com seus filhos em regime fechado. Revista da Graduação, v.3, n.2, 2010. BRASIL. Lei Nº 11.942, de 28 de maio de 2009. Dá nova redação aos arts. 14, 83 e 89 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 - Lei de Execução Penal, para assegurar às mães presas e aos recém-nascidos condições mínimas de assistência. Disponível em: . Data de acesso: 01/07/2017. |