1699 | Religião e espiritualidade na assistência de enfermagem em uma comunidade quilombola:Um relato de experiência | Autores: Cristiana Marques Davino (cristiana_davino@hotmail.com) (Prefeitura Municipal de Igreja Nova) ; Daniglayse Santos Vieira (Prefeitura Municipal de Igreja Nova) |
Resumo: Religião é a instituição humana mais antiga e duradoura, sendo impossível separá-la da história da cultura. Bem como, a espiritualidade é também uma temática que está sendo atualmente discutida no campo científico, na área da saúde.No tocante as religiões afro-brasileiras, estas se mantiveram, ao longo dos anos, como foco de resistência cultural negra. São mais de 30.000 terreiros espalhados pelo país, constituindo as diversas expressões das religiões de matrizes africanas no Brasil (SILVA, 2003). A doença para as religiões afro-brasileiras pode ser considerada um desequilíbrio ou uma ruptura entre os mundos dos humanos e o mundo sobrenatural. (SILVA, 2007). Objetivo relatar a vivência em uma comunidade quilombola do município de Igreja Nova-AL diante a espiritualidade em situações de saúde e doença dos usuários assistidos na unidade de saúde. Metodologia qualitativa do tipo relato de experiência. Frente a uma comunidade quilombola durante treze anos foi preciso aprender a desenvolver algumas habilidades, adotar uma postura acolhedora, sem preconceitos e principalmente buscando resgatar conceitos sobre religião, fé, crença e espiritualidade nos povos afrodescendentes. Para tanto, duas estratégias foram escolhidas: a busca de referenciais teóricos na temática e uma aproximação com a rezadeira da comunidade. Alguns usuários acompanhados na unidade de saúde, com diagnóstico de depressão e esquizofrenia são acompanhados pela rezadeira local que se utiliza de rituais para afastar o espírito que acompanha. Tal envolvimento permitiu que todas essas recomendações feitas pela rezadeira fossem relatadas durante a consulta de enfermagem permitindo assim desenvolver uma relação de confiança e vínculo entre a saúde e a religiosidade das raízes africanas. Contudo, espera-se um alcance uma melhoria da qualidade de vida dos adeptos e da comunidade do entorno.
Referências: SILVA, J. M. (Org.). Religiões afro-brasileiras e saúde. São Luis: Centro de Cultura Negra do Maranhão, 2003. SILVA, J.M.Religiões e saúde: a experiência da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde. Saude soc. vol.16 no.2 São Paulo May/Aug. 2007. |