1277 | CONVULSOTERAPIAS COMO TRATAMENTO EM PSIQUIATRIA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX | Autores: Jusley da Silva Miranda (jusley.enf14@gmail.com) (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Bárbara Tavares da Silva (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Tatiana da Siva Marques (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Juliana Cabral da Silva Guimarães (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Antonio José de Almeida Filho (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Maria Angélica de Almeida Peres (Universidade Federal do Rio de Janeiro) |
Resumo: CONSIDERAÇÕES INICIAIS: Desenvolvidas a partir do fim da década de 1920, como terapias para os transtornos mentais, a febre malárica, a sonoterapia e os choques insulínico e cardiazólico são práticas de convulsoterapia que precederam a eletroconvulsoterapia (ECT), criada em 1938, e presente como terapêutica até a atualidade. OBJETIVOS: Levantar as publicações sobre convulsoterapias em dois importantes periódicos de psiquiatria, investigar se há menção à enfermagem nas mesmas e analisar suas características em relação ao contexto da psiquiatria na primeira metade do século XX. METODOLOGIA: Estudo documental, cujas fontes históricas principais foram os Arquivos Brasileiros de Neurologia e Psiquiatria (ABNP) e os Anais do Instituto de Psiquiatria(Anais do IP), no período de 1929 até 1947. RESULTADOS PRELIMINARES: 1)Considerando artigos originais, resumos, análises de livros/revistas e conferências, foram encontradas 25 publicações em ambos os periódicos, sendo 16 nos ABNP e 9 nos Anais do IP. 2)O maior número de publicações por ano ocorreu em 1939 nos ABNP (5) e em 1943 nos Anais do IP (4). 3)No ano de 1939, Ladislau Meduna visitou a Sociedade Brasileira de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal e proferiu a conferência: "Experiências comparativas sobre o tratamento da esquizofrenia pela insulina e pelo cardiazol". 4)Dentre os autores com maior número de publicações, destacam-se Waldemiro Pires (4) nos ABNP e Flávio de Souza (5) nos Anais do IP. 5)No que diz respeito aos assuntos abordados durante o recorte temporal, observa-se que a maior parte das publicações eram voltadas para prática da convulsoterapia a partir do cardiazol (15). CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES: Em ambos os periódicos, observa-se a relação dos autores brasileiros com as pesquisas internacionais. Nota-se também que mesmo após o início da prática da convulsoterapia elétrica, em 1938, ainda se continuou a pesquisar sobre os choques insulínicos e cardiazólico. Quanto à enfermagem, não há artigo de autoria dos profissionais da área nem menção aos mesmos nos títulos.
Referências: ABNP. Archivos Brasileiros de Neuriatria e Psychiatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal. 1929,1934, 1936, 1938, 1939, 1940. Anais do IP. Anais do Instituto de Psiquiatria. Rio de Janeiro: Instituto de Psiquiatria. 1942, 1943, 1944, 1945, 1946, 1947. SÁ, Dominichi Miranda de. A ciência como profissão: médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006. ENGEL, Magali G. Os delírios da razão: médicos, loucos e hospícios. Rio de Janeiro, 18301930. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2001. CERQUEIRA, E. C. B. A Sociedade Brasileira de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal: debates sobre ciência e assistência psiquiátrica (1907-1933). Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde), Casa de Oswaldo Cruz - Fiocruz, 2014. PORTOCARRERO, V. Arquivos da Loucura: Juliano Moreira e a descontinuidade histórica da psiquiatria. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2002. FACCHINETTI, C.; CUPELLO, P.; EVANGELISTA, D. F. Arquivos Brasileiros de Psiquiatria, Neurologia e Ciências Afins: uma fonte com muita história. História, Ciência, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, 2010, pp. 527-535 |