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Anais :: 69° CBEn • ISSN: 2318-6518
Resumo: 842


842

A triagem clínica e a doação sob a ótica do doador de sangue: um estudo transversal

Autores:
Tatiana Rodrigues de Araujo Lima (tatirodriguesaraujo@yahoo.com.br) (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Larissa Said Lima Costa (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Stephany Couto Santiago (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Suzana da Silva Pereira (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Flavia Miranda Gomes de Constantino Bandeira (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo:
Uma das maiores preocupações relacionadas à segurança transfusional é a possibilidade de transmissão de infecções através do sangue. Em cumprimento à legislação vigente, os bancos de sangue realizam, rotineiramente, uma pré-seleção do doador denominada triagem clínica (TC), de modo que o mesmo possa optar por sua auto-exclusão confidencial (AEC), e ainda a triagem sorológica de todos os voluntários. Objetivou-se descrever a experiência da doação e da triagem clínica sob a ótica do doador. Trata-se de um estudo transversal descritivo, com abordagem quantitativa e análise estatística. A coleta de dados se deu por meio de entrevista com os doadores que compareceram ao Serviço de Hemoterapia do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Dos 104 entrevistados, apenas 32,7% declararam-se doadores habituais. No entanto, 23,1% assumiram terem doado com especial interesse em obter resultados de exames (HIV, sífilis e hepatites) e 81,7% declarou confiar plenamente nos resultados. Apenas 24% afirmaram conhecer locais onde poderiam realizar tais exames. Quanto ao conhecimento acerca da transmissão de infecções por transfusão, 62,5% a consideravam possível. Quanto às circunstâncias da TC, apenas 55,8% referiram ter sido questionados sobre situações de risco, e apenas 1,3% admitiu ter omitido riscos pessoais. Apenas 19,5% declararam ter sido oferecida a oportunidade de AEC na TC, e 7,8% optaram pela mesma. Conclui-se que há um déficit de conhecimento acerca dos riscos de transmissão, bem como sobre os possíveis resultados e locais para realização dos exames. Aponta-se ainda um deficit de compreensão do processo de AEC na TC, e que ainda é pequena a proporção de doadores habituais. Nesse contexto, o enfermeiro tem papel central enquanto educador, tanto na captação de novos doadores, quanto na abordagem ao doador na triagem clínica, de modo a permitir uma tomada de decisão consciente pela AEC, embasada pela orientação adequada quanto aos fatores e situações de risco.


Referências:
BRASIL. Decreto no 95.721, de 11 de setembro de 1988. Regulamenta a Lei no 7.649, de 1988, que estabelece a obrigatoriedade do cadastramento dos doadores de sangue bem como a realização de exames laboratoriais no sangue coletado, visando a prevenir a propagação de doença. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1988a. BRASIL. Lei no 7.649, de 25 de janeiro de 1988. Estabelece a obrigatoriedade do cadastramento dos doadores de sangue, bem como a realização de exames laboratoriais no sangue coletado, visando a prevenir a propagação de doenças. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988b. FERREIRA, O. Estudo de doadores de sangue com sorologia reagente para hepatites B e C, HIV e sífilis no Hemocentro de Ribeirão Preto. 2007. 123p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto: 2007.