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Anais :: 69° CBEn • ISSN: 2318-6518
Resumo: 822


822

Esgotamento físico e psíquico vivenciado pelos trabalhadores do CAPS-ad de Macapá-AP

Autores:
Stayllon Crystian Picanço Gomes (stayllon.cpg@gmail.com) (Universidade Federal do Amapá) ; Evelyn de Souza Aragão (Universidade Federal do Amapá) ; Márcio Guilherme Gama de Matos (Universidade Federal do Amapá) ; Marina Nolli Bittencourt (Universidade Federal do Amapá) ; José Luis da Cunha Pena (Universidade Federal do Amapá) ; Maria Odete Pereira (Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo:
Introdução: A reorganização do processo de trabalho em saúde mental foi promovida, historicamente, pelas lutas dos trabalhadores e pelas conquistas de direitos promovidos pela instituição da lei 10.216 de 2001. Partindo do princípio que a efetivação desses direitos perpassa pela atuação profissional faz necessário averiguar as condições de trabalho, as quais expõem os profissionais a sobrecargas físicas e psíquicas oriundas da singularidade do cotidiano laboral destes trabalhadores. Objetivo: O estudo objetivou mesurar o desgaste físico e psíquico dos profissionais. Metodologia: A pesquisa foi realizada no CAPS-ad do município de Macapá-AP, com os 12 profissionais que compõem a equipe multidisciplinar. Foi utilizado para coleta de dados um questionário sociodemográfico e o questionário Maslash Burnout Inventory (MBI). Resultados: Os sujeitos da pesquisa tinham idade entre 26 e 36 anos, 50% desses profissionais possuíam entre 2 a 4 anos de trabalho no serviço, 58,4% tinham renda de 4 e 7 salários mínimos. Os resultados do MBI apontaram exaustão emocional moderada em 53,84% dos participantes, despersonalização moderada em 53,84% e realização profissional baixa em 100% dos participantes. Discussão: Há uma elevada tensão emocional que reflete no envolvimento negativo com o trabalho, e a despersonalização observada sugere uma menor qualidade no relacionamento tanto com pacientes quanto com colegas. Conclusão: Considerando os altos índices dos eixos avaliados no MBI e o pouco tempo de atuação profissional desses trabalhadores, infere-se que este centro não proporciona eficácia para a efetiva aplicação dos processos terapêuticos a esses sujeitos. Contribuição: Esse estudo permitirá uma reflexão do enfermeiro, profissional mais presente no serviço, em relação as estratégias que promovam sua saúde e um ambiente que seja favorável à sua prática, para que se evite que no futuro esse profissional se torne incapaz de colocar em prática a proteção, promoção e recuperação da saúde daqueles que recebem seus cuidados.


Referências:
DOS SANTOS, M. T. Avaliação de burnout em trabalhadores dos centros de atenção psicossocial: CAPS da região de Borborema - PB. 2012. 57f. Monografia (especialização em saúde mental). Centro de ciências biológicas e da saúde, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2012. DA FONTE, C. M. S. Adaptação e validação para português do questionário de Copenhagen Burnout Inventory (CBI). 2011. 138 f. Dissertação de mestrado (Gestão e economia da saúde) - Faculdade de economia, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2011. DE OLIVEIRA, W. F. Reforma Psiquiátrica e atenção psicossocial: Contextualização sócio histórica, desafios e perspectivas. Florianópolis: Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, 2012. ALEGRE, L. Reflexões manicomiais-Resíduos poéticos de um profissional do IPq. Florianópolis: Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, 2012. MACIEL, S. C. Reforma Psiquiátrica no Brasil: Algumas reflexões. Rio de Janeiro: Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, 2012. SILVA, E. A.; COSTA, I.I. Saúde mental dos trabalhadores em saúde mental: Estudo exploratório com os profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial de Goiânia/GO. Belo Horizonte: Psicologia em Revista, 2008. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 1999.