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Anais :: 69° CBEn • ISSN: 2318-6518
Resumo: 502


502

ESTRESSE EM ENFERMEIROS DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO SUL DE MINAS GERAIS/BRASIL.

Autores:
Giovanna Vallim Jorgetto (giovanna.jorgetto@ig.com.br) (Escola Paulista de Enfermagem - Unifesp) ; João Fernando Marcolan (Escola Paulista de Enfermagem - Unifesp) ; Camila dos Santos Silva (Faculdade Redentor)

Resumo:
Enquadramento conceitual: Os profissionais de saúde, sobretudo os enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da Família, se deparam diariamente com várias situações estressantes, aliadas à necessidade de saber lidar, de forma efetiva, com as necessidades do usuário (Ferrari, França, Magalhães, 2012). Estudo detectou presença de sintomatologia depressiva na maioria dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família em município brasileiro populoso, devido às condições de trabalho, não se percebiam em sofrimento nem a influência na prestação da assistência (Fernandes, Marcolan, 2017). Envolvimento emocional excessivo deste profissional com usuários, aliada a necessidade constante de atualização, pode gerar desgaste crescente, que pode acarretar intenso desgaste físico e mental (Caspi et al., 2014). Problema de investigação: Estudo objetivou identificar a ocorrência de fatores geradores de estresse em enfermeiros que atuavam nas unidades do Programa de Saúde da Família de Muzambinho, cidade do sul de Minas Gerais/Brasil. Método: Pesquisa prospectiva, descritiva de campo, na qual foi aplicado instrumento de coleta de dados semiestruturado na qual foi traçado perfil demográfico da população em estudo e aplicado Questionário contendo questões norteadoras sobre o Estresse. Foram sujeitos do estudo a totalidade dos cinco enfermeiros que atuavam no município no ano de 2013. Resultados: Os dados evidenciaram que os entrevistados eram jovens (80% entre 21 a 26 anos de idade), estavam no início da carreira profissional (100% têm de 1 a 5 anos de experiência profissional na área de Enfermagem), possuíam curso de pós-graduação na área de atuação (60%). Consideraram que o exercício da enfermagem gerava estresse (80%), estresse ocupacional não estava relacionado à sobrecarga no trabalho ou ao número de horas trabalhadas, mas à falta de compreensão/informação por parte dos usuários dos serviços de saúde, a não adesão ao tratamento e a escassez de recursos materiais. Atribuíram notas elevadas à falta de reconhecimento pelo público (60%). Conclusão: Expressiva maioria considerou que o exercício da enfermagem gerava estresse. O estresse ocupacional estava relacionado à fatores como a falta de compreensão/informação por parte dos usuários dos serviços de saúde, a não adesão ao tratamento, escassez de recursos materiais, relacionamento difícil com colegas de trabalho, contato com pacientes, desempenho do próprio exercício profissional, falta de reconhecimento pelo público, falta de reconhecimento pelas outras autoridades, as próprias emoções quanto às intercorrências vivenciadas e frustração quanto à profissão. 60% dos enfermeiros atribuíram alto estresse à falta de reconhecimento pelo público.


Referências:
Ferrari, R. & França, F.M. & Magalhães, J. (2012). Avaliação da síndrome de burnout em profissionais de saúde. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, São Paulo, 3 (3), 1150-165. Fernandes, D.M. & Marcolan, J.F. (2017). Trabalho e sintomatologia depressiva em enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família. Saúde Mental, Álcool e Drogas (SMAD), Ribeirão Preto, prelo. Panagiotis, T, Panagiotis, R. & Charalambos, P. (2013). The effect of job related stress on employees´ satisfaction: A survey in Health Care. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 73, 718 – 726. Van Bogaert, P. et al. (2017). Predictors of burnout, work engagement and nurse reported job outcomes and quality of care: a mixed method study. BMC Nurs., 18, 16:5. doi: 10.1186/s12912-016-0200-4. Van Bogaert, P. et al. (2013). The relationship between nurse practice environment, nurse work characteristics, burnout and job outcome and quality of nursing care: a cross-sectional survey. Int J Nurs Stud., 50(12):1667-77. doi: 10.1016/j.ijnurstu.2013.05.010.