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Anais :: 69° CBEn • ISSN: 2318-6518
Resumo: 281


281

CONDIÇÕES DE TRABALHO EM SAÚDE MENTAL E OS DESAFIOS PARA ATUAÇÃO PROFISSIONAL

Autores:
João Mário Pessoa Júnior (joao.pessoa@ufersa.edu.br) (Universidade Federal Rural do Semi-Árido) ; Francisco de Sales Clementino (Universidade Federal de Campina Grande) ; Emanuela de Castro Marcolino (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Resumo:
(INTRODUÇÃO) O cuidado em saúde mental no Brasil, como uma política de acesso e cobertura universal, apresenta nos últimos 35 anos transformações nos diversos aspectos conceituais, éticos e políticos. O modelo desinstitucionalizante e de reinserção social, favorece-se a expansão dos serviços de caráter extra-hospitalar de base comunitária entre os municípios. Entende-se que a qualidade e a satisfação dos profissionais que trabalham em serviços de atenção psicossocial refletem sobre o atendimento que é oferecido ao usuário. (OBJETIVO) Avaliar as condições de trabalho e organização de serviços da rede de atenção psicossocial sob a perspectiva dos profissionais. (MÉTODO) Estudo avaliativo de abordagem qualitativa realizado com 35 profissionais vinculados a serviços de saúde mental, tendo como instrumento de coleta de dados um questionário autoaplicado. As respostas obtidas nos questionários foram processados através da análise de conteúdo temática. O projeto foi submetido a Plataforma Brasil e aprovado sob protocolo nº 719.435, CAAE: 30409814.30000.5537. (RESULTADOS) Observou-se que a maioria dos participantes era do gênero feminino, com média de idade de 43 anos, com contrato temporário, jornada de 40 horas semanais, sem formação específica na área de saúde mental. As condições de trabalho e a lógica da organização dos serviços sob a óticas de profissionais envolve o cenário de entraves e desafios como escassez de recursos humanos qualificados, dimensionamento inadequado da equipe multiprofisisonal, falta de materiais e equipamentos para o desenvolvimento de atividades e maiores incentivos por parte da gestão local e educação permanente em saúde mental. (CONCLUSÃO) As condições de trabalho e a lógica da organização de serviços de saúde mental requerem melhorias nos aspectos políticos macroestruturais de organização local; e, nesse cenário a Enfermagem atua como agente de mudança no cenário da produção de cuidado em saúde mental, seja engajado com a luta pela melhorias do serviços ou mesmo prestando atendimento integral de qualidade.


Referências:
Clementino FS, Miranda FAN, Martiniano CS, Marcolino EC, Pessoa Júnior JM, Almeida Dias J. Avaliação de estrutura organizacional dos Centros de Atenção Psicossocial de Campina Grande, Paraíba. Rev Bras Cien Saúde [Internet]. 2016 [cited 2016 Dec 30]; 20(4):261-268. Pessoa Júnior JM, Santos RCA, Clementino FS, Oliveira KKD, Miranda FAN. Mental health policy in the context of psychiatric hospitals: Challenges and perspectives. Esc. Anna Nery [Internet]. 2016 [cited 2016 Nov 30]; 20(1): 83-89. Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011. 229 p. Martins MP. Perfil sócio-ocupacional do trabalhador de saúde mental do município de São Paulo. Saúde Colet [Internet]. 2009 [cited 2016 Dec 10]; 7(6): 24-9. Azevedo EB, Carvalho RN, Cordeiro RC, Costa LFP, Silva PMC, Ferreira Filha MO. Tecendo práticas intersetoriais em saúde mental para pessoas em sofrimento psíquico. Rev Enferm UFSM. 2014;4(3):612-623. Menezes MP, Yasui S. A interdisciplinaridade e a psiquiatria: é tempo de não saber? Ciênc saúde coletiva [Internet]. 2013[cited 2016 Nov 27]; 18(6):1817-1826.