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Anais :: 69° CBEn • ISSN: 2318-6518
Resumo: 254


254

ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESENCIAR VIOLÊNCIA AO LONGO DA VIDA E TRANSTORNOS MENTAIS

Autores:
Givânya Bezerra de Melo (givanya@hotmail.com) (UFAL) ; Maria Cicera dos Santos de Albuquerque (UFAL) ; Valfrido Leão de Melo Neto (UFAL) ; Patricia Maria da Silva Rodrigues (UFAL) ; Givanisy Bezerra de Melo (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE)

Resumo:
A exposição à violência urbana, principalmente nas grandes metrópoles, traz consequências significativos a saúde mental da população (SUMNER et al., 2015). Nesse contexto o presente trabalho objetivou investigar a associação entre presenciar violência e transtornos mentais na população com 18 anos ou mais do bairro Benedito Bentes, Maceió/Alagoas. Estudo epidemiológico, com caráter analítico e corte transversal, amostra probabilística simples com 872 pessoas. Coleta de dados no período de 26 de janeiro a 2 de março de 2015, com entrevistados residentes nos domicílios referenciados. Obteve-se aprovação prévia do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas, parecer n.º 608.613. Nos resultados, 74,9% dos entrevistados são do sexo feminino, 73,7% da raça negra. Um percentual de 50,5% dos entrevistados testemunhou violência na vida; dessas 57,5% agressões físicas, 55,4% testemunharam assaltos e 42% homicídios. Após testemunharem tais atos 77,5% não tomaram nenhuma medida. Testemunhar atos de violência ao longo da vida associou-se de maneira significativa a qualquer transtorno mental, depressão maior, dependência de substância atual (não álcool), alcoolismo atual, TEPT, TAG, agorafobia e ataque de pânico com sintomas limitados. Gestores e profissionais de saúde articulados com outros setores necessitam discutir de maneira ampliada a inter-relação entre violência e o campo da saúde mental, a fim de propor intervenções convergentes com as necessidades locais. Pode-se ainda, através dos resultados obtidos, refletir sobre contribuições para a prática da enfermagem, pois o enfermeiro, inserido em vários pontos da rede de atenção à saúde, tem um olhar sensível para identificar pessoas vulneráveis, oferecer apoio inicial e acolhimento, e também direcionar ações para a prevenção da violência.


Referências:
SUMNER, S. A. et al. Violence in the United States, Challenges, and Opportunities. JAMA. [S.L.], v. 314, p. 478-488, ago. 2015. Disponível em: . Acesso em: 03 jun. 2017.