249 | A incapacidade para o trabalho e a experiência dos gerentes diante desse contexto | Autores: Vinicius Gomes Barros (viniciusvgb@usp.br) (Escola de Enfermagem da USP) ; Mirian Cristina dos Santos Almeida (Escola de Enfermagem da USP) ; Katia Pontes Remijo (Escola de Enfermagem da USP) ; Cristiane Helena Gallasch (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Fábio José da Silva (Escola de Enfermagem da USP) ; Patricia Campos Pavan Baptista (Escola de Enfermagem da USP) |
Resumo: Introdução:As restrições para o trabalho nos trabalhadores de enfermagem têm sido alvo de pesquisas nacionais e internacionais, evidenciando a magnitude do adoecimento da categoria bem como suas repercussões no âmbito individual e coletivo em diferentes contextos(1-4). Evidências científicas apontam o despreparo não somente dos profissionais na avaliação das incapacidades, como por parte das instituições que recebem o trabalhador com restrição física e/ou psíquica(4-5). Objetivo:Compreender as experiências gerenciais diante das restrições laborais de trabalhadores de enfermagem. Método: Trata-se de um estudo qualitativo a partir da fenomenologia social de Alfred Schütz, desenvolvido no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, que envolveu 06enfermeiros responsáveis por supervisionar o processo de trabalho de trabalhadores que possuem restrições laborais. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, foram realizadas entrevistas individuais com os enfermeiros gerentes, por meio de 02questões norteadoras. Após a realização das entrevistas, os discursos foram transcritos na íntegra para posterior análise, segundo o referencial proposto. Resultados:Os discursos obtidos com os enfermeiros gerentes evidenciaram a vivência diante da problemática da incapacidade para o trabalho na equipe de enfermagem. A análise resultou na construção da categoria:"Vivenciando a incapacidade dos trabalhadores no cotidiano de trabalho"(motivos porque), que inclui o conflito e a discriminação entre os trabalhadores, a preocupação com a produtividade e a segurança do paciente e o reconhecimento quanto às falhas de estrutura institucional. Conclusão:Os discursos evidenciaram um cotidiano de dificuldades, seja pelo despreparo para lidar com a problemática como para a adoção de medidas preventivas no processo de trabalho, especialmente relacionadas à ergonomia Os enfermeiros relatam uma falta de formação gerencial desde o período de formação acadêmica até os dias de trabalho atuais e este fator aliado à falta de efetividade nos programas de retorno ao trabalho brasileiros mostra que esse grupo não está preparado para lidar com a problemática das restrições.
Referências: Umann, J., Guido, L.A., Grazziano, E.S. (2012). Presenteísmo em enfermeiros hospitalares. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 20 (1), [08 telas]. Souza, N.S.S., Santana, V.S. (2012). Fatores associados à duração dos benefícios por incapacidade: um estudo de coorte. Rev. Saúde Pública, 46 (3), 425-434. Coggon, D., Ntani, G., Vargas-Prada, S., Martinez, J.M., Serra, C., Benavides, F.G. et al. (2013). International variation in absence from work attributed to musculoskeletal illness: findings from the CUPID study. Occup Environ Med., 70 (8), 575-584. Baptista, P.C.P. (2014). Incapacidade no trabalho: a compreensão de gerentes de enfermagem. (Tese de livre docência). Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, BRA. Silva, S.M., Baptista, P.C.P. (2013). Novos olhares sobre o sujeito que adoece no trabalho hospitalar. Cogitare Enferm., 18 (1), 163-6. |