192 | PACIENTES EM SITUAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA: CONTEÚDOS REPRESENTACIONAIS DITOS E NÃO DITOS | Autores: Horacio P Medeiros (horacio_medeiros@yahoo.com.br) (Estácio Castanhal) ; Katytta Naka (Estácio Castanhal) ; Elizabeth Teixeira (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) |
Resumo: Introdução: O aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil, dentre estas, a Insuficiência Renal Crônica (IRC), caracterizada pela perda da função renal de maneira progressiva e irreversível, constitui um grave problema de saúde pública no mundo. Pelo fato das pessoas renais crônicas sofrerem impacto na qualidade e estilo de vida devido à dependência do plano terapêutico, torna-se indispensável realizar estudos numa perspectiva psicossocial com vistas a analisar os sentidos dos discursos dos sujeitos do cuidado. Objetivo: Identificar os conteúdos representacionais de pacientes em situação de insuficiência renal crônica sobre saúde. Método: Estudo exploratório de abordagem qualitativa, com interface com a Teoria do Núcleo Central. Participaram 100 pacientes que realizam hemodiálise em uma clínica em Castanhal-PA. Coleta de dados por meio de evocações livres ao termo indutor "saúde"; análise com base no quadro de quatro casas obtido com o software EVOC. Resultados: A faixa etária predominante foi entre 41 e 59 anos (37%); do sexo feminino (56%); casados (53%); com ensino fundamental incompleto (49%), tempo de hemodiálise entre 1 a 3 anos (45%). Foram identi¬ficados como prováveis conteúdos representacionais os termos centrais: bem-estar, cuidado, família, independência, viver bem. Os conteúdos indicam um sentido afirmativo, mas destaca-se o termo independência; essas pessoas são exatamente o contrário do termo "dito", são dependentes do plano terapêutico para viver; assim, tem-se um sentido invertido, "não dito", que pode estar representando a necessidade mais afetada pela condição de cronicidade. Conclusão: Os conteúdos representacionais revelados (ditos) também podem revelar o não dito, que pode, assim, ser um dispositivo para o agir cuidativo. Há que se atentar para o efeito dos discursos, particularmente o não-dito, para a clínica do cuidado em saúde e enfermagem.
Referências: MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2010; |