54 | O enfermeiro e o uso de escalas psicométricas para detecção de sintomatologia depressiva em população geral | Autores: Giovanna Vallim Jorgetto (giovanna.jorgetto@ig.com.br) (Escola Paulista de Enfermagem - Unifesp) ; Márcia Regina Guedes Silva (Escola Paulista de Enfermagem - Unifesp) ; Sandra Renata Pinatti de Moraes (Escola Paulista de Enfermagem - Unifesp) ; João Fernando Marcolan (Escola Paulista de Enfermagem - Unifesp) |
Resumo: Enquadramento conceitual: Depressão é transtorno crônico ou recorrente responsável por incapacidade funcional, prejuízo em atividades diárias e aumento na utilização dos serviços de saúde. Estudo evidenciou no Brasil prevalência ao longo da vida de 18,4 % e por tal motivo, estudos voltados a esta área se fazem necessários. Pacientes deprimidos que buscam os serviços de saúde permanecem sem ser diagnosticados, sem receber tratamento adequado, que repercute em sofrimento, elevada morbidade e risco de suicídio. Por ser altamente incapacitante, interfere, na vida pessoal, profissional, social e econômica das pessoas acometidas, como suas famílias. Problema de investigação: Faz-se necessário que o enfermeiro, profissional da equipe de saúde que mais detém horas de contato direto com o usuário, tenha qualificação para uso de escalas psicométricas e instrumentos qualitativos, para detectar sintomatologia depressiva e comportamento suicida para diminuir número de consultas subsequentes, encurtar duração do episódio, atenuar efeitos da depressão em longo prazo, prevenir risco de suicídio. Método: Capacitação de três enfermeiras para aplicação escalas psicométricas para avaliação de depressão, para uso em pesquisas. Campo de aprendizado foram unidades cardiológicas - enfermarias e UTI de hospital geral com duração de 36 horas. Inicialmente, orientador fez aplicação das escalas; esclareceu dúvidas, discutiu sobre método e análise dos questionários, posteriormente as escalas foram aplicadas pelas orientandas com a avaliação do orientador e aplicação somente por parte das orientandas. Ao final, realizou-se reunião para esclarecimento de dúvidas e metas atingidas, sendo as orientandas liberadas para aplicar os questionários em suas pesquisas. Resultados: Ocorreu insegurança inicial devido desconhecimento na aplicação das escalas, além de divergências entre os orientandos quanto aos resultados obtidos na aplicação das mesmas, fato esperado e sanado ao longo do treinamento. Percebeu-se a necessidade de entendimento da comunicação não verbal dos entrevistados, a fim de direcionar a aplicabilidade das escalas, também a necessidade de se ter profundo conhecimento sobre transtorno depressivo e prática clínica prévia para poder avaliar adequadamente, o que deverá ser realizado antes da aplicação das escalas em pesquisas. Conclusão: Treinamento foi essencial para uniformizar técnicas de aplicação e proporcionar junção entre teoria e prática na aplicação das escalas; aprender complexidade de avaliação subjetiva a fim de adequar a aplicabilidade das escalas e minimizar a interferência nos resultados. Enfermeiros devem ser qualificados para uso de escalas psicométricas em sua prática e contribuir para a prevenção e tratamento desse transtorno.
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