COMUNICAÇÃO COORDENADA
1489 | PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM POPULAÇÃO COM COBERTURA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM DOIS MUNICÍPIOS DO AMAZONAS | Autores: Edinilza Ribeiro dos Santos () |
Resumo: Embora haja tratamentos eficazes, os casos de depressão diagnosticados e tratados são muito baixos nos países de média e baixa renda 1, 2. O objetivo foi estimar a prevalência de depressão na população de 2 anos ou mais cadastrada na Estratégia Saúde da Família, em Coari e Tefé (AM) e avaliar a associação desse transtorno com fatores de risco. Estudo transversal, conduzido entre 213 e 214, com amostra representativa da população (n=818 em cada cidade). Avaliou-se a depressão com o Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) 3,4. As exposições avaliadas foram: características demográficas e socioeconômicas, apoio social, eventos de vida estressantes, uso de tabaco, consumo de álcool e morbidades físicas. As entrevistas foram realizadas no domicílio. Foram utilizadas análises descritiva e bivariada. A significância estatística foi obtida com o teste qui-quadrado de Pearson. Dos 34.838 sujeitos elegíveis (Coari=18.323; Tefé=16.515), 1.631 foram selecionados aleatoriamente e entrevistados (Coari=85; Tefé=826). Características da amostra: sexo feminino, 51,4%; três grupos etários, 2-39, 58,6%, 4-59, 27,7% e =6, 13,7%; a maioria de raça-cor parda (86,8%), casada ou união estável (7,5%), 3 filhos ou mais (54,4%) e coabitando com 5 ou mais moradores (58,8%); 31,1% tinha 4 anos ou menos escolaridade ou nunca frequentou escola; 26,2% não tinha qualquer trabalho remunerado e 41,7% tinha renda até R$ 5,. A prevalência de depressão foi de 19,1% (IC 95% 17,2-21,1). Os fatores associados foram: sexo feminino (p=,2), baixa renda (p=,6), ausência de apoio social (p<,1), exposição a maior número de eventos estressantes (p<,1), uso de fumo (p=,18), consumo de álcool (p=,7) e maior número de morbidades físicas (p<,1). Os resultados mostraram que cerca de um em cada cinco adultos tinha provável depressão. As características associadas com depressão nestes municípios são similares às observadas em outras localidades do Brasil e em outros Países.
Descritores: Depressão; Atenção Primária à Saúde; Estratégia Saúde da Família; Saúde Mental.
1. Kohn R, Saxena S, Levav I, Saraceno B. The treatment gap in mental health care. Bull World Health Organ. 24;82(11):858-66.
2. Quintana MI, Andreoli SB, Moreira FG, Ribeiro WS, Feijo MM, Bressan RA, et al. Epidemiology of psychotropic drug use in Rio de Janeiro, Brazil: gaps in mental illness treatments. Plos One. 213;8(5):e6227.
3. Kroenke K, Spitzer RL, Williams JB. The PHQ-9: validity of a brief depression severity measure. J Gen Intern Med. 21;16(9):66-13.
4. Osório FL, Mendes AV, Crippa JA, Loureiro SR. Study of the Discriminative Validity of the PHQ-9 and PHQ-2 in a Sample of Brazilian Women in the Context of Primary Health Care. Perspect Psychiatr Care. 29;45(3):216-27. |