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Anais :: 68° CBEn • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1313

COMUNICAÇÃO COORDENADA / PRÊMIO


1313

CULTURA DOS CUIDADOS AFRO-BRASILEIROS: BARBEIRO-SANGRADOR DO BRASIL IMPERIAL E LEGADO PARA ENFERMAGEM.

Autores:
Lana Rodrigues Barbosa () ; Fernando Rocha Porto (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) ; Andreia Neves Sant´anna (Universidade Estácio de Sá)

Resumo:
INTRODUÇÃO- Os cuidados executados por negros (as) africanos (as) ou nascidos no Brasil fizeram parte da construção do campo da saúde brasileira. Isto posto, traçou-se como objeto às práticas cuidativas, ditas populares, pelos barbeiro-sangradores negros no campo da saúde na diáspora do Brasil Imperial. OBJETIVO - Descrever, analiticamente, e comentar as práticas de cuidado do barbeiro-sangrador, na diáspora Brasil imperial, como elementos para a construção dos saberes no campo da saúde. METODOLOGIA- Trata-se de uma pesquisa na abordagem da história cultural com ênfase no domínio da trajetória dos povos negros. Foi feita a descrição e análise do livro “História Geral da Medicina Brasileira”, de Lycurgo Santos Filho (1977) na busca das práticas cuidativas populares dos barbeiro-sangradores negros, que foram articulados com as iconografias de Jean Baptiste Debret, que registrou em suas aquarelas alguns dos cuidados exercidos pelos negros. RESULTADOS- Na documentação escrita foram encontradas descrições do ofício do barbeiro- sangrador, quando ele foi relatado na execução do cuidado, mais o instrumental que utilizava e qual era sua posição diante da sociedade. Nas iconografias foram encontradas três aquarelas que retravam as práticas dos barbeiro-sangradores. CONSIDERAÇÕES FINAIS- Conforme as evidências do cuidado nas fontes históricas foram reveladas a existência de um legado cultural afro-descendente no âmbito do cuidado. Mesmo diante da querela do saber popular e científico. Porém, não podemos ignorar o fato de que o saber popular esteve e está presente na prática e quiçá nas dobras dos cuidados prestados em tempos atuais. CONTRIBUIÇÕES PARA ENFERMAGEM- Mediante os achados a discussão evidenciou que à prática de sangria e aplicação de ventosas, realizadas pelo barbeiro-sangradores foi adotado na formação das enfermeiras, na década de 192, no Distrito Federal, como um dos legados da cultura africana. REFERÊNCIAS- Filho LS. História geral da medicina brasileira. São Paulo: HUCITEC; 1977. p. 133-138; 34-357.