COMUNICAÇÃO COORDENADA
1308 | REFLEXOS DA VIOLÊNCIA SEXUAL e MECANISMOS DE ENFRENTAMENTO DAS ADOLESCENTES EM ACOLHIMENTO: PERSPECTIVA NO MODELO TEORICO DE NOLA PENDER | Autores: Kezia Áurea Ramos de Almeida () ; Lucia Helena Garcia Penna (UERJ) ; Liana Viana Ribeiro (UERJ) ; Fabio de Oliveira Felix (UERJ) ; Claudia Rosane Guedes (UERJ) |
Resumo: Introdução: A vivência de violência sexual desempenha impactos no comportamento, sentimentos e reações de jovens femininas os quais influenciam seus relacionamentos afetivos e promoção da saúde sexual. Objetivos: Discutir a influência da violência sexual nos comportamentos, sentimentos e resiliências, e analisar as repercussões da violência sexual na vida das adolescentes. Método: Pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, recorte realizado a partir da Dissertação de Mestrado ´Saúde sexual de adolescentes institucionalizadas: contribuições da enfermagem na perspectiva da Teoria do Modelo de Promoção da Saúde de Nola Pender´. Entrevistaram-se 8 adolescentes em situação de acolhimento institucional, entre 12 e 18 anos. Os dados foram coletados entre março e maio de 214 utilizando-se um roteiro baseado no Diagrama de Nola Pender1. Optou-se pela análise de Conteúdo2 para o tratamento dos dados e desenvolvimento das categorias: “Comportamentos e Sentimentos envolvidos na vivência da violência sexual” e “Mecanismos de Enfrentamento em relação à violência sexual vivenciada”. Resultados: Percebeu-se que as violências sexuais influenciam diretamente a promoção da saúde sexual. Verificaram-se alterações emocionais com tendência à transtorno de ansiedade, sintomas agressivos e depressivos. Como fator agravante, contextos como a distância familiar, as feridas internas, morais, sociais e psíquicas foram traduzidas em sentimentos negativos e potencializaram a desestruturação emocional destas adolescentes. Observaram-se comportamentos de autodefesa como omissão e dificuldades em relacionamentos interpessoais, principalmente com o sexo oposto. Tais comportamentos foram identificados como estratégias desenvolvidas para o combate a violência sexual. Comportamentos resilientes em relação à violência sexual como a superação do evento e re-significação dos problemas foram considerados mecanismo de enfrentamento que contribuíram para nova capacidade de se relacionarem afetivamente. Conclusão: A omissão e a falta de apoio familiar dificultam a aquisição de ajuda e estratégias de superação, comprometendo a promoção da saúde sexual das mesmas. Estimular a autonomia, novas relações e vínculos afetivos auxiliam no desenvolvimento de resiliência. Contribuições: Esse estudo fortalece ações de promoção da saúde sexual e o cuidado da Enfermagem junto às adolescentes institucionalizadas, grupo prioritário na agenda nacional de pesquisa em saúde. Na pesquisa, pretendemos auxiliar no sentido de minimizar a carência de informações sobre a promoção de saúde sexual de adolescentes acolhidas, fornecendo informações para o ensino. Referência: 1.Pender N, Murdaugh CL, Parsons M. Health promotion in nursing practice. Englewood Cliffs: Prentice Hall; 211. 2.Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 7; 211. 3.Cyrulnik B. Os patinhos feios. São Paulo: Martins Fontes; 24. Descritores: Adolescente, Saúde sexual, Promoção da Saúde. |