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1019 | PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ADOLESCENTES GRÁVIDAS ATENDIDAS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: ANÁLISE DE 2013 A 2015 | Autores: Sarah Vasques Cabus () ; Ayane Teixeira Silva dos Santos ; Tamires Iracema Silva dos Santos ; Elielza Guerreiro Menezes ; Manoel Luiz Neto |
Resumo: INTRODUÇÃO: A adolescência é um fenômeno entre 10 e 19 anos de idade, cujo em seu desenvolvimento humano atinge a maturidade biopsicossocial1.Por conseguinte, o desconhecimento quanto à vida sexual pode acarretar em uma gravidez precoce, o que é visto como um problema de saúde pública, uma vez considerado um risco biológico tanto para a adolescente, quanto para seu concepto2. O atendimento dessas adolescentes pejadas pelo serviço de saúde deve ser humanizado, respeitoso e de qualidade capaz de criar um vínculo entre o profissional de saúde e usuária, a fim de evitar a evasão do pré-natal, possibilitando esclarecimentos com intuito de diminuir intercorrências durante o pré-natal e parto3. Para tanto, os serviços de saúde deve dispor de cuidados capacitados e adequados ao atendimento de adolescentes dentro dessa realidade para resultar na construção de relação de confiança entre a equipe de saúde e usuária. OBJETIVO: identificar características sóciodemográficas de adolescentes grávidas, delineando o perfil epidemiológico. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Estudo exploratório, descritivo, com aplicação da técnica de análise documental em abordagem quantitativa. O instrumento utilizado para coletar dados foi um roteiro pré-estruturado contendo dez questões objetivas, os quais foram aplicados de acordo com os prontuários das gestantes. A amostra foi constituída por adolescentes que foram cadastradas no Programa Pré-Natal nos anos de novembro de 2013 a novembro de 2015, obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos pelo estudo. A coleta de dados foi condicionada por meio da assinatura do Termo de Compromisso de Utilização de dados (TCDU) e do Termo de Anuência através da autorização da Comissão de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde – COEP/SEMSA e aprovado no CEP (UEA), atendendo as disposições da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde4. Os dados foram coletados, calculados e tabulados numa planilha eletrônica, sob forma de um banco de dados (EPI-INFO) e desenvolvido de acordo com análise estatística em gráficos e tabelas desenvolvidas no programa Microsoft Excel 2010. RESULTADOS: Na amostra dos dados prevaleceu às idades de 16 a 18 anos com a maior taxa de fecundidade. Sobre o estado civil 58% não possuíam parceiro, 30 adolescentes de 15 a 19 anos estavam cursando o Ensino Fundamental e 50% dos prontuários estavam sem informações em relação à ocupação. Observou-se que 39 gestantes fizeram seis ou mais de seis consultas do pré-natal. Evidenciou-se que a maior parte das usuárias não realizou o mínimo de seis consultas preconizado pelo Ministério da Saúde5. Dentre as gestações 77% não foram planejadas, 66% das usuárias não faziam uso de método contraceptivo e 78% negaram aborto. Sobre a menarca 29% aconteceu aos 12 anos, e em relação a sexarca 98% dos prontuários não constavam informação sobre o mesmo. Conclusão: Este estudo permitiu conhecer as características dessas usuárias a partir dos dados coletados, podendo contribuir para outras investigações acerca do pré-natal com adolescentes, objetivando a melhora na concepção dos profissionais de saúde no que se refere ao atendimento diferenciado e completo tanto às adolescentes quanto ao preenchimento e valorização de todas as informações nos prontuários. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: É relevante que os profissionais de saúde conduzam suas práticas de assistência valorizando as informações variáveis na coleta de dados, dando ênfase na importância do uso de instrumentos ofertados na unidade de saúde que permitem com facilidade o registro e acompanhamento da evolução da história gestacional da adolescente, bem como, avaliar as condutas prestadas de outros profissionais. Sendo assim, recomenda-se a implantação de estratégias diferenciadas no
atendimento por intermédio de uma equipe multidisciplinar, que devidamente esteja consciente da valorização dos registros consistentes, a fim de possibilitar o desenvolvimento de estratégias efetivas de educação e prevenção acerca dessa realidade da saúde pública.
Descritores: Enfermagem; Adolescente; Pré-natal.
Eixo 1: Linhas de cuidado e Políticas de Saúde
REFERÊNCIAS
1. BRASIL, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. República Federativa do Brasil. Brasília, 1990. 2. DIAS, Ana Cristina Garcia; TEIXEIRA, Marco Antônio Pereira. Gravidez na Adolescência: Um olhar sobre um fenômeno complexo. Paidéia (Ribeirão Preto) vol.20. Ribeirão Preto Jan./Apr. 2010.
3. DANIELI. G. L. Adolescentes grávidas: Percepções e educação e saúde. Rio Grande do Sul, 2010.
4. BRASIL. Conselho Nacional da Saúde. Resolução 466/2012. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. 2012. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco/Ministério da Saúde – 1. ed. rev. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. |