COMUNICAÇÃO COORDENADA / PRÊMIO
978 | Prescrição de medicamentos potencialmente perigosos em um hospital público no Distrito Federal | Autores: Breno de Sousa Santana () ; Bruna Alves Baptista (Universidade de Brasília) ; Cris Renata Grou Volpe (Universidade de Brasília) |
Resumo: Erros de Medicação (EM) são eventos adversos evitáveis relacionados ao processo de uso de medicamentos pelos profissionais de saúde para/com os pacientes. Os Medicamentos Potencialmente Perigosos (MPPs) são aqueles que apresentam risco aumentado de provocar danos significativos aos pacientes em decorrência de falha no processo de utilização. Erros com este tipo de medicamento não são tão frequentes, no entanto, acarretam danos mais graves que aos demais medicamentos podendo levar à morte. A AnatomicalTherapeuticChemical nível 1 (ATC) da OMS classifica os fármacos conforme a sua função terapêutica, grupo farmacológico e propriedades químicas nos diversos órgãos os quais atuam. Deste modo, o objetivo deste estudo é analisar a frequência na prescrição de MPP na internação da clínica médica em um hospital público no Distrito Federal. Este é um estudo observacional, exploratório e descritivo de caráter quantitativo. Os dados foram coletados em uma instituição hospitalar pública localizada em uma Região Administrativa do Distrito Federal, através da busca em prontuários eletrônicos das prescrições para pacientes internados na Clínica Médica. A amostra constituiu-se de 1627 prescrições médicas de 29 pacientes. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa. Os dados foram analisados pelo software Package for Social Sciences (SPSS®), versão 18., sendo que o nível de significância considerado foi 5% e os valores de significância para p<,5. Dos 29 pacientes, 27,58% não apresentavam doenças crônicas 72,42% apresentavam, sendo que a idade prevalente foi na faixa etária de 31 a 5 anos (41,37%). Das 18 medicações observadas nas 1627 prescrições, 22,22% eram MPP, sendo que, destes, a classe farmacológica predominante, segundo a ATC foi a N – Sistema Nervoso – 33,33%, correspondendo a aproximadamente um terço de todas as prescrições de potencialmente perigosos. A via de administração de maior ocorrência entre os MPP foi a Via Endovenosa (62,5%). Dentre as prescrições, os medicamentos mais frequentes não-MPP foram a Dipirona, Metoclopramida e medicamentos para nebulização (brometo de Ipratrópio e bromidrato de fenoterol) e os mais frequentes MPP foram as Insulinas e Enoxaparina. Verifica-se a importância da aplicação de protocolos para a utilização de MPP e redução de danos a eles relacionados. As ações para reduzir os riscos que podem estar associados aos erros de medicamentos potencialmente periogosos incluem: padronização dos procedimentos para prescrição; armazenamento, preparo e administração; restrição ao acesso; educação continuada aos profissionais de saúde com a incorporação contínua da padronização dos MPP em ambiente de trabalho; acessibilidade à informação sobre esses medicamentos; utilização da dupla checagem no âmbito hospitalar.
Prêmio: Marina Andrade Resende |