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Anais :: 68° CBEn • ISSN: 2318-6518
Resumo: 862

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862

A DETERMINAÇÃO SOCIAL DO CUIDADO: ANÁLISE DO FILME “O ÓLEO DE LORENZO”

Autores:
Danyelle Leonette Araújo dos Santos () ; Rafaela Gessner (Universidade de São Paulo) ; Lucimara Fabiana Fornari (Universidade de São Paulo) ; Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca (Universidade de São Paulo)

Resumo:
Introdução: O uso da arte cinematográfica no ensino de enfermagem em saúde coletiva desponta como estratégia privilegiada para a compreensão da determinação social do cuidado à luz de gênero. Objetivo: Analisar o filme “O Óleo de Lorenzo” para compreender o cuidado à luz de gênero. Descrição Metodológica: Estudo de caso com roteiro semi-estruturado. As cenas e diálogos do filme foram submetidas a análise de discurso. A categoria de análise gênero foi tida como determinante dos fenômenos sociais, entre eles o cuidado. Resultados: o filme conta a história de Lorenzo, um menino com Adenoleucodistrofia (ALD). Inconformados com o diagnóstico, o prognóstico negativo e tratamento disponível bastante limitado, os pais do garoto buscam a cura da doença, tanto no cenário da ciência como do conhecimento empírico. Testam várias alternativas (inclusive o “óleo de Lorenzo”, produto não alopático), porém pouco resolutivas para o garoto. Os benefícios das descobertas serão verificados no futuro para outras crianças acometidas. A análise de gênero revela que, a despeito da participação intensa do pai no enfrentamento da doença, recai praticamente sobre a figura materna a responsabilidade pelo cuidado do filho, prestando-o ou gerenciando-o. Esse fato reforça a construção histórica da destinação à mulher da responsabilidade pelo cuidado como função materna. A naturalização se dá porque ela é vista como portadora inata de qualidades e sentimentos essenciais, necessários ao cuidado, como emoção, atenção, abnegação e outros(1,2). Cabe a ela o provimento das necessidades de saúde dos membros da família. Conclusão e implicações para a enfermagem: o filme mostra a determinação social do cuidado como atributo do gênero feminino. Este conhecimento pode constituir ferramenta para o aprimoramento da percepção acerca dos conflitos inerentes às relações de gênero, no cotidiano familiar que abriga um membro com doença grave, progressiva e altamente limitante. Referências 1. Meyer D. Teorias e políticas de gênero: fragmentos de histórias e desafios atuais. Rev. Bras. Enferm. 24; 57(1):13-8. 2. Fonseca RMGS. Gênero e saúde da mulher: uma releitura do processo saúde doença das mulheres. In: Fernandes RAQ; Narchi NZ (org). Enfermagem e saúde da mulher. 2 ed. São Paulo: Manole, 213, p.32-71. Descritores: Gênero e Saúde. Educação. Enfermagem. EIXO II – Formação e Produção do Conhecimento em Enfermagem.