COMUNICAÇÃO COORDENADA
796 | Como os profissionais das instituições de acolhimento percebem a violência doméstica infantil? | Autores: Emiko Yoshikawa Egry () ; Maíra Rosa Apostólico (Universidade de Guarulhos) ; Mylene Gomes Silva (Escola de Enfermagem da USP) ; Bruna Cristina Cruz (Escola de Enfermagem da USP) ; Marcelo Correia (Escola de Enfermagem da USP) |
Resumo: Objetivo: identificar as percepções dos profissionais acerca violência doméstica infantil (VDI) em dois cenários distintos de abrigamento. Método: Estudo exploratório, descritivo, que toma como base o discurso dos profissionais (12 no Distrito da Boa Vista e Bairro Novo, Curitiba/PR e seis em Capão Redondo, São Paulo/SP) que atuavam em instituições de acolhimento infantil. Utilizou-se a análise temática de Bardin, sistematizada por Minayo (1). O projeto foi aprovado pelos comitês de ética competentes e o termo de consentimento foi assinado após as informações sobre a pesquisa. Resultados: Em Curitiba, os profissionais percebem que a violência doméstica infantil está vinculada ao poder existente nas relações humanas, bem como outros fatores como morbidades e a conjuntura familiar; considera uma violência o próprio ato previsto na legislação de colocá-las em abrigamento. Em SP, o abrigamento é visto como uma forma de prevenir a violência e evitar que ela se repita; consideram ainda como um lugar que deve auxiliar as crianças vitimas de violência e também assistência à família. Em Curitiba, a Rede de Proteção é vista como potencialidade, enquanto que as fragilidades são imputadas às equipes despreparadas e às instituições não cumpridoras de maneira efetiva o seu papel na Rede de Proteção. Ao contrário, para os profissionais de SP há negligência por parte das autoridades governamentais, retratado por falta de recursos financeiros e estruturais, mas que contam com esforço dos profissionais para reinserir as crianças abrigadas de volta para suas famílias. Conclusões: a existência de uma Rede organizada e notificadora reconhecida pelos profissionais torna bastante mais possível a articulação dos diferentes setores para o enfrentamento da violência doméstica infantil. Implicações para a prática: Compete às instituições presentes no território traçar planos intersetoriais de notificação, de prevenção e de assistências às famílias com questões de violência doméstica infantil.
1. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14°ed. São Paulo: Hucitec; 214
2. Jaczunra R. Abrigos e políticas públicas: As contradições na efetivação dos direitos da criança e do adolescente [tese]. Porto Alegre. Pontifícia Católica do Rio Grande do Sul. 28.
3. Franzin LCS, Olandovski M, Vettorazzi MLT, Werneck RI, Moysés SJ, Kusma SZ, et al. Abuso e negligência de crianças e de adolescentes na cidade de Curitiba, Brasil.
Child Abuse Negl [Internet]. 214 Set [Citado 216 maio 29]; 1;38 (1): 176-1714.
4. Apostólico MR, Nóbrega CR, Guedes RN, Fonseca RMGS, Egry EY. Características da violência contra a criança em uma capital brasileira. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. mar.-abr. 212 [acesso em: 4/8]; 2(2):[8 telas]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v2n2/pt_8.pdf |