COMUNICAÇÃO COORDENADA / PRÊMIO
375 | Interrupções no trabalho e sua contribuição para erros de medicação | Autores: Breno de Sousa Santana () ; Cris Renata Grou Volpe (Universidade de Brasília) ; Marina Morato Stival (Universidade de Brasília) |
Resumo: A segurança do paciente pode ser compreendida como uma tentativa de redução de risco de dano associado ao cuidado ao mínimo possível, sendo que, mundialmente, vêm crescendo a preocupação com a redução dos erros nos cuidados em saúde. Os eventos adversos na medicação (EAM) incluem as reações adversas aos medicamentos (RAM) e os erros de medicação (EM). Este estudo foca em EM, que é um evento evitável produzido no processo de utilização de medicamentos que estão sobre o controle de um profissional de saúde. Muitos dos EM verificados por diversos estudos têm associação com as chamadas Interrupções no Trabalho, que podem ser consideradas quebras na realização da atividade, tal como evidenciada por um ponto de pausa na tarefa. Deste modo, o objetivo do estudo foi verificar a relação entre a prevalência de erros no processo de medicação e interrupções no trabalho da enfermagem em dois hospitais públicos no Distrito Federal, Brasil. Trata-se de um estudo observacional, comparativo, exploratório de caráter quantitativo. Os dados foram coletados em duas instituições hospitalares públicas do Distrito Federal. A amostra foi constituída por profissionais de enfermagem que atuavam em alguma das etapas do processo de medicação. No hospital 1 participaram da pesquisa 8 técnicos de enfermagem e no hospital 2 participaram 17 técnicos e 1 auxiliar de enfermagem. Todos os participantes assinaram termo de consentimento livre e esclarecido e foram garantidos anonimato. Verifica-se predominância de profissionais do sexo feminino, adultos jovens, com menos de 1 anos de formação e atuação na área. Foi observado um total de 1448 erros. O hospital 1 contribuiu com 865 (59,7%) erros, enquanto o hospital 2 com 583 (4,3%) perfez a estimativa. No hospital 1 pode-se verificar que interrupções no trabalho estavam associadas a 41,1% das doses observadas. Já no hospital 2, as interrupções no trabalho se associaram a 22,9% das doses observadas. Intervenções devem ser utilizadas como propostas para reduzir os erros relacionados as interrupções no trabalho. É importante analisar o sistema de medicação como um todo e não apenas cada profissional envolvido individualmente, tendo o enfermeiro papel importante no momento de fiscalização e educação de sua equipe de trabalho para prevenir o acontecimento de tais problemas. Os enfermeiros devem estar atentos aos integrantes de sua equipe, bem como ao ambiente aos quais estão inseridos para evitar o aparecimento de situações que causem interrupções, como TVs ligadas na sala de preparação de medicações. É necessário criar uma estratégia combinada entre os profissionais de enfermagem para promover uma conscientização acerca do quão intrínseca é a relação da intervenção no trabalho com a ocorrência do erro e, ainda, uma escala de verificação do processo de medicação.
Prêmio: Marina Andrade Resende |