Pôster
259 | CARACTERIZAÇÃO DA CESÁREA SEGUNDO ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS E CLÍNICOS | Autores: Fernanda Ferreira de Morais () ; Marcelo Victor Freitas Nascimento (Associação de Ensino Superior do Piaui) ; Guilherme Gomes Carvalho (CEUT) ; Camila Rocha Martins (UFPI) ; Verbênia Cipriano Feitosa (UFPI) ; Lais Cristina Noleto (UFPI) |
Resumo: INTRODUÇÃO: O parto é um evento familiar que durante muitos anos acontecia prioritariamente de forma natural, ou vaginal. Atualmente, observa-se que a elevação da incidência de partos operatórios tornou-se um fenômeno mundial, com níveis injustificáveis de indicações médicas, com repercussões negativas tanto econômicas como para a saúde. OBJETIVO: Caracterizar cesáreas segundo aspectos sociodemográficos e clínicos de mulheres em maternidade referência de Teresina-Piauí. METODOLOGIA: um estudo retrospectivo, exploratório-descritivo, com abordagem quantitativa, cuja coleta dos dados ocorreu mediante formulário preenchido por meio dos registros de prontuários das mulheres submetidas à cesárea no ano de 213. Esta pesquisa foi submetida e aprovada pela Comissão de ética em pesquisa (CEP) da maternidade e pelo CEP , cujo número do CAAE corresponde à 27952814...5214. A tabulação dos dados foi feita pelo (SPSS) 17. e posterior análise descritiva dos dados. RESULTADOS: Observou-se perfil sociodemográfico de mulheres com média de 25,4 anos de idade, em união estável ou casadas (57%) com ensino médio completo (48,7%), e procedentes da capital (55,6%). O perfil obstétrico das mulheres evidenciou média de 2,9 gestações e maioria superior a três partos, com média de 1,6. A presença de patologia durante gravidez (43,9%) foi relacionada à: infecção do trato urinário- ITU, vulvovaginite e Pré-eclampsia grave-PEG. As condições pré e pós-cesárea apontaram que 63,4% tiveram indicação de cesárea no momento da admissão, principalmente por desproporção céfalo-pélvica-DCP (19,9%), seguido de PEG (17%), iteratividade (16,4%) e sofrimento fetal (11%). Houve 5,2% de intercorrências no pós-parto, principalmente por PEG (37,5%) e 1,2% das mães tiveram necessidade de encaminhamento para Unidade de cuidados intensivos-UTI pós-cesárea. CONCLUSÃO: Portanto torna-se evidente que a PEG continua sendo uma das principais causas de patologia pré-parto, indicação relativa de cesárea e ainda, motivo de intercorrências no pós-parto, sendo causa comum de mortalidade materna e complicações perinatais. Assim, é fundamental que os profissionais na assistência ao pré-natal, oriente a gestante quanto ao parto, esclareça suas duvidas e a estimule no processo decisório do parto. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: A inserção do enfermeiro na assistência à mulher durante o ciclo gravídico puerperal se torna essencial, à medida que esse profissional pode proporcionar uma atenção humanizada, baseada em evidências científicas, que nem sempre apontam para a intervenção cirúrgica, indução do parto e intervencionismo medicamentoso como a principal escolha.
REFERÊNCIAS:
1. Souza ASR, Amorim MMR, Porto AMF. Condições frequentemente associadas com cesariana, sem respaldo científico. 21;38(1):55-16.
2. Miller ES, Hahn K, Grobman WA. Consequences of a primary elective cesarean delivery across the reproductive life. Obstet Gynecol. 213;121:789-97. |