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131 | RELATO DE EXPERIÊNCIA: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A MULHERES EM SITUAÇÃO DE ABORTAMENTO EM UMA INICIATIVA INTRA E EXTRA HOSPITALAR | Autores: Ana Gabriela Lima Bispo de Victa () ; Adriana Monteiro dos Santos Lopes (MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA) ; Dera Carina Bastos Costa (MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA) ; Sara Taís Abreu Lima (MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA) ; Sara Bitencourt (MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA) ; Marinalva Moreira dos Santos (MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA) |
Resumo: Trata-se do relato de experiência da assistência de enfermagem inserida em um programa de atenção humanizada às mulheres em situação de abortamento em uma maternidade baiana. Essas mulheres, após serem atendidas na emergência desta maternidade e estando nos critérios de eleição, são convidadas a participar deste programa. A mulher é estimulada a participar ativamente do processo de cuidar do seu corpo, escolhendo o tipo de terapêutica desejada para finalizar a sua situação de abortamento, e empoderada quanto aos seus direitos sexuais e reprodutivos. Durante este processo, elas são acompanhadas por uma equipe multiprofissional, incluindo enfermeiros.
A assistência de enfermagem desta iniciativa consiste, principalmente, no monitoramento telefônico a cada três dias para as mulheres que ingressaram no programa. Durante o atendimento, as mulheres são estimuladas a realizarem o autocuidado e serem protagonistas do seu processo de cuidar. São realizados os questionamentos sobre a presença de febre, dor, a situação do seu sangramento ou secreção vaginal (quantidade, coloração e odor), uso de medicações/chás, se tem relações sexuais e uso de preservativo. Uma relação de parceria e confiança é estabelecida. O atendimento telefônico extrapola a anamnese da enfermagem e conversa-se sobre questões de gêneros nas relações conjugais; direitos sexuais e reprodutivos; direitos trabalhistas; violência doméstica; a dor da perda de um filho ou o alívio da retirada de um feto. Esta assistência de enfermagem é norteada pelo não julgamento, emponderamento feminino, empatia e sororidade. Caso uma das participantes do programa fique internada, este atendimento é feito presencialmente.
A proximidade da equipe e o apoio da gestão institucional contribuem para a humanização da assistência a mulheres em situação de abortamento, fato que historicamente é carregado de experiências negativas, como a violência institucional e psicológica. Esta iniciativa usa essencialmente tecnologias leves e tem fácil replicação para outras instituições de saúde. |