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Anais :: 68° CBEn • ISSN: 2318-6518
Resumo: 130

Pôster


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RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA MATERNIDADE BAIANA NO ATENDIMENTO A MULHERES EM SITUAÇÃO DE ABORTAMENTO

Autores:
Ana Gabriela Lima Bispo de Victa () ; Adriana Monteiro dos Santos Lopes (MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA) ; Dera Carina Bastos Costa (MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA) ; Sara Taís Abreu Lima (MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA) ; Sara Bitencourt (MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA) ; Marinalva Moreira dos Santos (MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA)

Resumo:
Trata-se do relato de experiência de um programa de atenção humanizada às mulheres em situação de abortamento em uma maternidade baiana. Essas mulheres, após serem atendidas na emergência desta maternidade e estando nos critérios de eleição, são convidadas a participar deste programa. A mulher é estimulada a participar ativamente do processo de cuidar do seu corpo, escolhendo o tipo de terapêutica desejada para finalizar a sua situação de abortamento, e empoderada quanto aos seus direitos sexuais e reprodutivos. Durante este processo, elas são acompanhadas por uma equipe multiprofissional. Em aproximadamente 2 anos de programa, 329 mulheres, entre 14 e 46 anos, aceitaram o convite para participar desta iniciativa. Destas mulheres, 59,% (194) apresentaram o aborto retido como a principal suspeita diagnóstica na admissão do programa, 55,% (167) protagonizaram o esvaziamento uterino espontâneo e 26,5% (81) foram submetidas a curetagem ou AMIU. Houve raras complicações que motivaram a equipe médica a assegurar o esvaziamento cirúrgico seguro à mulher, como hemorragia e suspeita de infecção não confirmada. Entre as mulheres que receberam alta do programa, 8% (243) receberam orientações referentes ao planejamento familiar e métodos contraceptivos, 5,56% (17) foram encaminhadas ao ambulatório de perdas gestacionais recorrentes e 1,63% (5) para o ambulatório de gestação molar. Houve perda de seguimento de 1,% (33) das mulheres. O programa proporciona o protagonismo feminino dos direitos sexuais e reprodutivos, respeitando a autonomia da mulher e a escolha por tratamentos seguros. A proximidade da equipe e o apoio da gestão contribuem para a humanização da assistência a mulheres em situação de abortamento, fato que historicamente é carregado de experiências negativas, como a violência institucional e psicológica. Com a desospitalização do aborto, a mulher prescinde de internação de 24 a 72 horas, podendo protagonizar o efetivo autocuidado, mas amparada pela equipe multiprofissional.