COMUNICAÇÃO COORDENADA / PRÊMIO
104 | Análise dos registros de agressões contra mulheres notificadas ao Sistema de Vigilância de Violências brasileiro | Autores: Lídia Ester Lopes da Silva () |
Resumo: Introdução: A violência contra a mulher (VCM) consiste num sério problema de saúde pública, tendo o Setor Saúde papel fundamental ao notificar os casos ao Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), responsável por monitorar a violência. Por ser uma questão complexa, torna-se fundamental realizar uma análise das notificações de VCM para subsidiar ações preventivas. Objetivo: Analisar as notificações de VCM realizadas pelos serviços de saúde brasileiros. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e de séries temporais, baseado nos registros de agressões contra mulheres de 2 a 59 anos, ocorridos entre 29 e 212. As variáveis foram: sexo e idade da vítima; vínculo com o agressor; tipo, ano e local da violência; e o meio usado na agressão. Para a análise estatística, aplicou-se o teste Qui-Quadrado (? 2 ) e o cálculo da Taxa de Incidência com auxílio do SPSS. Resultados: Registraram-se 142.466 notificações caracterizadas pela violência física (55,3%), mediante a força corporal/espancamento (43,2%), em ambiente doméstico (65,6%) perpetrada por cônjuges (15,8%) e conhecidos (14,%). Constatou-se um aumento no número de casos em todas as regiões, com crescimento na incidência de 481%. Ademais, o fato de uma mulher residir num dado local faz que a mesma apresente maior risco de sofrer agressões. Conclusão/implicações à Enfermagem: Ao trabalhar com a temática, a Enfermagem exerce diversos papéis, sendo este estudo um instrumento a contribuir na sensibilização dos profissionais quanto a relevância do tema. Percebe-se ainda a necessidade de uma maior conscientização e ações que mobilizem a sociedade no combate à violência, sendo o debate ampliado uma intervenção rumo à construção de uma sociedade mais justa.
Referência
Silva LEL, Oliveira MLC. Características epidemiológicas da violência contra a mulher no Distrito Federal, 29 a 212. Epidemiol.Serv.Saúde. 216 Jun;25(2):331-342
• Lídia Ester Lopes da Silva, Enfermeira, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias em Saúde da Universidade de Brasília (UnB), mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências para a Saúde da Escola Superior de Ciências da Saúde (SES-DF) e Servidora do Ministério Público da União / Ministério Público do Trabalho. lidia.silva@mpt.mp.br (relator)
Obs. Trabalho a ser submetido ao Prêmio “Laís Neto dos Reis” |