COMUNICAÇÃO COORDENADA
4 | CONHECIMENTOS DE ADOLESCENTES SOBRE A VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO NA ADOLESCÊNCIA NA PERSPECTIVA DA CATEGORIA GÊNERO | Autores: Rafaela Gessner () ; Bianca de Cássia Alvarez Brancaglioni (Escola de Enfermagem da USP) ; Lucimara Fabiana Fornari (Escola de Enfermagem da USP) ; Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca (Escola de Enfermagem da USP) |
Resumo: Introdução: A violência por parceiro íntimo na adolescência é um fenômeno frequente1 e
grave2. A literatura aponta a importância dos conhecimentos sobre a violência por parceiro
íntimo na adolescência como ferramenta capaz de ampliar a compreensão sobre a vivência e a
perpetração dessa forma de violência3. Objetivo: Analisar os conhecimentos de adolescentes
sobre a violência por parceiro íntimo na perspectiva de gênero. Método: Pesquisa descritiva e
exploratória, de abordagem quantitativa. A coleta foi realizada no período de outubro a
novembro de 2015. Os dados foram coletados em uma escola pública do município de
Curitiba, por meio de instrumento anônimo e auto preenchível, composto por 47 proposições
sobre a violência por parceiro íntimo, elaboradas e validadas por Dixe e Fabião3. O estudo
utilizou esquema de amostragem por conveniência. Os dados foram tratados no programa
SPSS e analisados na perspectiva da categoria gênero4. Resultados: Participaram da pesquisa
111 adolescentes, 69 do sexo feminino (62,2%) e 42 do sexo masculino (37,8%). A média de
idade dos participantes foi 18,2 anos. A média de acertos foi de 40,7, as meninas
apresentaram média de 41,3 e os meninos de 39,6. Os adolescentes do sexo masculino
apresentaram maiores frequências de respostas verdadeiras em conhecimentos que podem ser
utilizados para legitimar ou naturalizar agressões. A agressividade é valorizada na construção
hegemônica da masculinidade, determinando maior naturalização da violência por parte dos
meninos. Os conhecimentos evidenciaram a reprodução da ideologia androcêntrica por
adolescentes de ambos os sexos. Conclusões e implicações para a enfermagem: Os
conhecimentos dos participantes sobre a violência por parceiro íntimo na adolescência são
determinados pelas construções hegemônicas de gênero e contribuem para a manutenção da
hegemonia masculina. O reconhecimento desta determinação pode fornecer subsídios para
elaboração e implementação de estratégias de intervenção no que se refere ao cuidado de
enfermagem, pautadas na equidade de gênero.
Referências
1. Minayo MCS, Assis SG, Njaine K, organizadoras. Amor e violência: um paradoxo das
relações de namoro e do “ficar” entre jovens brasileiros. [Internet]. Rio de Janeiro: Editora
FIOCRUZ; 2011 [cited 2013 out. 07]. Available from SciELO Books http://books.scielo.org.
2. Waiselfisz JJ. Homicídios e juventude no Brasil: mapa da violência 2013. Brasília; 2013.
[citado 2015 jan. 12]. Disponível em:
http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2013/mapa2013_homicidios_juventude.pdf.
3. Dixe MACR, Fabião JASAO. N(amor)o (im)perfeito: avaliação de resultados. In: Leitão
MNC, Fernandes MID, Fabião JASAO, Sá MCGMA, Veríssimo CMF, Dixe MACR,
coordenadoras. Prevenir a violência no namoro - N(amor)o (im)perfeito – Fazer diferente para
1Enfermeira.
Mestre
pelo
Programa
de
Pos--graduação
em
Enfermagem
da
Enfermagem
da
Escola
de
Enfermagem
da
Universidade
de
São
Paulo.
2
Enfermeira.
Doutoranda
pelo
Programa
Interunidades
de
Doutoramento
em
Enfermagem
da
Escola
de
Enfermagem
da
Universidade
de
São
Paulo.
E--mail:
rgessner2@yahoo.com.br
3
Enfermeira.
Doutoranda
pelo
Programa
Interunidades
de
Doutoramento
em
Enfermagem
da
Escola
de
Enfermagem
da
Universidade
de
São
Paulo.
4
Enfermeira.
Professora
Titular
do
Departamento
de
Enfermagem
em
Saúde
Coletiva
da
Escola
de
Enfermagem
da
Universidade
de
São
Paulo.
fazer a diferença. Coimbra: Unidade de Investigação em Ciências da Saúde - Enfermagem;
2013. p. 71-97.
4. Fonseca RMGS. Gênero como categoria para a compreensão e a intervenção no processo
saúde-doença. PROENF- Programa de atualização em Enfermagem na saúde do adulto. Porto
Alegre: Artmed/Panamericana; 2008, v.3, p.9-39.
Palavras-chave: Adolescente. Violência por Parceiro Íntimo. Gênero.
EIXO II – Formação e Produção do Conhecimento em Enfermagem. |