13/10/2010
Enfermeira canadense aborda Marketing Profissional e Visibilidade Social no 62º CBEn
Sioban Nelson, autora do livro "Diga pouco, Faça Muito", debateu com professores brasileiros a imagem do enfermeiro na sociedade.
Um dos grandes destaques do 62º CBEn foi a Mesa Redonda Marketing Profissional e Visibilidade Social, com a participação da enfermeira canadense Sioban Nelson, professora da Universidade de Toronto e autora do livro “Diga Pouco, Faça Muito”. Os convidados discutiram a imagem “doce” do profissional da Enfermagem no mundo e as conseqüências para a categoria.
“Somos sempre simbolizados como anjos, entre corações e mãos dadas. Temos de mudar isso”, começou a canadense, exibindo fotografias de propaganda com enfermeiros sempre associadas a estes elementos. Sioban é co-autora do livro “Do Silêncio a Voz”, ao lado da jornalista Suzanne Gordon, e “A Complexidade do Cuidado”, que busca mostrar o enfermeiro como um profissional que tem formação e capacidade técnica.
“Essa imagem angelical não mostra o conhecimento que se deve ter na profissão, nem a importância para a sociedade”, critica. A escritora considera essa imagem uma visão do século retrasado, e que o enfermeiro é o responsável por gerar este pensamento. “Eles se sentem bem, mas não é profissional. Quando nos apresentamos como um profissional, o paciente e até a família se sentem mais seguros”, fala Sioban.
A professora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Isabel Amélia Costa Mendes, afirma que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que a enfermagem é a espinha dorsal da saúde, mas que o profissional ainda é desvalorizado no Brasil. “Sem políticas de valorização, o profissional fica desestimulado e migra para outra ocupação”, diz Isabel. Já Francisca Valda da Silva, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ex-presidente da ABEN Nacional, acredita que o Marketing possa beneficiar o enfermeiro também de uma outra forma. “Direcionada para gestores e Estado para influenciar de forma decisiva nas políticas públicas de saúde do Brasil”, afirma.
