9333200 | PRINCÍPIOS ÉTICOS DO CUIDAR EM ENFERMAGEM A TRANSEXUAIS: É POSSÍVEL UMA RELAÇÃO EU-TU? | Autores: Gabriella Bitancourt Nascimento|gabriellabitancourt@gmail.com|estudante de Graduação|acadêmica de Enfermagem|acadêmica de Enfermagem|uerj ; Cristiane Maria Amorim Costa|cristiane.costa@ig.com.br|doutora Em Enfermagem|doutora Em Ética, Bioética E Saúde Coletiva Pelo Ppgbios|professora Adjunta|uerj ; Elis Billion Vargas|lilisvarg899@hotmail.com|enfermeira|especialista Na Modalidade de Residência de Enfermagem Cirúrgica|enfermeira|uerj |
Resumo: **PRINCÍPIOS ÉTICOS DO CUIDAR EM ENFERMAGEM A TRANSEXUAIS: É POSSÍVEL UMA RELAÇÃO EU-TU?**
_Gabriella Bitancourt Nascimento1_; Cristiane Maria Amorim Costa2; Elis
Billion Vargas3.
É comum a existência de muitos profissionais de enfermagem que apoiam suas
ações na referência do sexo anatômico e não da identidade de gênero, o que
gera obstáculos no atendimento qualificado a este grupo de pessoas, que ficam
explícitos no desconhecimento ou uma compreensão inadequada das necessidades
de saúde e na falta de confiança nos profissionais no tocante à
confidencialidade e privacidade. Este estudo teve por objetivo analisar os
discursos dos profissionais de enfermagem que atendem as pessoas transexuais
durante o período de internação, tendo em vista os valores e princípios que
norteiam as ações do cuidar a pessoas transexuais e; avaliar as implicações
dessas ações na humanização da assistência a pessoas transexuais. Trata-se de
um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Realizou-se entrevistas semi-
estruturadas com profissionais de enfermagem de uma Unidade de Internação da
Cirurgia Geral um hospital universitário do município do Rio de Janeiro.
Utilizou-se a análise de Conteúdo de Bardin para análise dos dados. Os
resultados apontaram que o respeito parece ser apontado como o princípio
norteador da ação de cuidar a pessoas transexuais. Entretanto, as
peculiaridades das pessoas transexuais acabam permeando o desrespeito, como a
não utilização do nome social, a negação da internação na enfermaria
pertinente a sua identidade de gênero. Concluiu-se que a capacitação da equipe
de enfermagem assim como a inserção dessas temáticas na academia serão pontos
importantes para a qualificação do cuidar a essa clientela e dessa forma, a
humanização do cuidado as pessoas transexuais.
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