Imprimir Resumo


20º SENPE • ISSN: 2237-3454
Resumo: 9148645


9148645

AS MÚLTIPLAS FACES DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA INSTITUCIONALIZADA E SUA RELAÇÃO COM O MODELO TECNOCRÁTICO

Autores:
Marli Terezinha Stein Backes|marli.backes@ufsc.br|enfermeiro|doutor Em Enfermagem|docente do Magistério Superior|universidade Federal de Santa Catarina ; Maria de Jesus Hernández Rodriguez|mjhr_25@hotmail.com|enfermeiro|doutor Em Enfermagem|enfermeira|clínica Santa Helena de Florianópolis ; Dirce Stein Backes|backesdirce@unifra.br|enfermeiro|doutor Em Enfermagem|docente do Magistério Superior|universidade Franciscana ; Evangelia Kotzias Atherino dos Santos|evanguelia.ufsc@gmail.com|enfermeiro|doutor Em Enfermagem|docente do Magistério Superior|universidade Federal de Santa Catarina ; Karini Manhães de Carvalho|karinimcarvalho@gmail.com|enfermeiro|estudante|estudante|universidade Federal de Santa Catarina

Resumo:
**Introdução: A** violência obstétrica é um tipo de violência institucional que vem ocorrendo há muito tempo, em diversos locais, e que só nos dias de hoje está sendo reconhecida como tal. **Objetivo: **Compreender as múltiplas faces da violência obstétrica institucionalizada e sua relação com o modelo tecnocrático de atenção à saúde. **Método: **abordagem qualitativa, com o referencial metodológico da _Grounded Theory_. O estudo foi conduzido por amostragem teórica a partir de 29 entrevistas com profissionais de saúde: enfermeiros, médicos e gestores de duas maternidades do sul do Brasil. A coleta e análise dos dados foram realizadas concomitantemente. A análise dos dados foi realizada através da codificação aberta, axial e integração. **Resultados: **Os resultados deste estudo são apresentados por meio de quatro categorias, assim denominadas: A multidimensionalidade da violência obstétrica, A realização de intervenções obstétricas desnecessárias, O cuidado centrado nos profissionais, e Necessitando prevenir a violência obstétrica desde o pré-natal. A violência obstétrica institucional ocorre por parte dos diversos profissionais da saúde e de diversas formas. Pode ser física, psicológica, verbal, ou através de intervenções e procedimentos que, muitas vezes, são desnecessários. Está relacionada com a formação dos profissionais médicos que foram formados no modelo intervencionista e que buscam perpetuá-lo, e também com o aumento do índice de casáreas. O cuidado continua centrado nos profissionais e não no usuário. **Conclusão: **É preciso empoderar a mulher desde o pré-natal para que ela tenha noção dos seus direitos e também promover um diálogo com a sociedade e educar os homens a terem uma postura de respeito com a mulher e isso deve iniciar o mais precocemente possível. **Contribuições ou implicações para a Enfermagem: **a enfermagem, enquanto profissão do cuidado, deve promover o cuidado humanizado e zelar pela segurança e bem estar materno, fetal e neonatal.


Referências:
1. Diniz SG. Gênero, saúde materna e o paradoxo perinatal. Rev Bras Crescimento Desenvolvimento Hum. 2009 [citado 2018 Feb 20];19(2):313-26. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v19n2/12.pdf. 2. World Health Organization (WHO). The prevention and elimination of disrespect and abuse during facility-based childbirth. WHO [Internet]. 2015 [cited 2016 May 14]. Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/134588/3/WHO_RHR_14.23_por.pdf. 3. Moyer CA, Adongo PB, Aborigo RA, Hodgson A, Engmann CM. [ʻThey treat you like you are not a human beingʼ: maltreatment during labour and delivery in rural northern Ghana]. Midwifery. 2014;30(2):262-8. doi: 10.1016/j.midw.2013.05.006. 4. Pickles C. [Eliminating abusive ʻcareʼ: a criminal law response to obstetric violence in South Africa]. SACQ. 2015;54(2015):5-16. doi: 10.4314/sacq.v54i1.1. 5. Tesser CD, Knobel R, Andrezzo HFA, Diniz SG. Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2015;10(35):1-12. doi: 10.5712/rbmfc10(35)1013. 6. Ministério da Saúde (Br). Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº. 466 de12 de dezembro de 2012. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília, 2012. 7. Strauss A, Corbin J. Pesquisa qualitativa: técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada. Tradução Luciane de Oliveira da Rocha. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2008. 288 p. 8. Corbin J, Strauss A. Basics of qualitative research: techniques and procedures for developing Grounded Theory. 4. ed. SAGE publications, Inc.; 2015. 456 p. 9. Zacher-Dixon L. [Obstetrics in a time of violence: mexican midwives critique routine hospital practices]. Med Anthropol Q. 2015;29(4):437-54. doi: 10.1111/maq.12174. 10. Pintado-Cucarella S, Penagos-Corzo JC, Casas-Arellano MA. Síndrome de desgaste profesional en médicos y percepción de la violencia obstétrica. Ginecol Obstet Mex. 2015 [citado 2017 ago 20];83(3):173-8. Disponible en: https://www.medigraphic.com/pdfs/ginobsmex/gom-2015/gom153f.pdf. 11. Sanfelice CFO, Abbud FSF, Pregnolatto OS, Silva MG, Shimo AKK. Do parto institucionalizado ao parto domiciliar. Rev Rene. 2014 15(2):362-70. doi: 10.15253/2175-6783.2014000200022. 12. Cunha CD, Cabral HLTB, Novais AAL, Ribeiro LMTB, Souza CHM. A violência obstétrica e a dignidade da parturiente. Revista Transformar [Internet]. 2018 [citado 2018 dez 10];12(1):170-196. Disponível em: http://www.fsj.edu.br/transformar/index.php/transformar/article/view/159/129. 13. Leal MC, Pereira APE, Domingues RMSM, Theme Filha MM, Dias MAB, Nakamura-Pereira M, et al. Obstetric interventions during labor and childbirth in Brazilian low-risk women. Cad. Saúde Pública [Internet]. 2014;30(suppl):S1-S31. doi: 10.1590/0102-311X00151513. 14. Weitlauf JC. [Informed passion: addressing the intersection of violence against women and contemporary obstetrical practice]. The American Journal of Bioethics [Internet]. 20113 [cited 20174 Mar 5];11(12):67-9. doi: 10.1080/15265161.2011.613528. 15. Vargas PB, Vieira BDG, Alves VH, Rodrigues DP, Leão DCMR, Silva LA. A assistência humanizada no trabalho de parto: percepção das adolescentes. J. res.: fundam. care Online. 2013 6(3):1021-1035. doi: 10.9789/2175-5361.2014v6n3p1021. 16. Mendes IAC, Ventura CAA. Nursing protagonism in the UN Goals for the people’s health. Rev Lat Am Enfermagem. 2017;25:e2864. doi: doi: 10.1590/1518-8345.0000.2864. 17. Darzi A, Evans T. [The global shortage of health workers - an opportunity to transform care]. Lancet. 2016; 388(10060):2576-7. doi: 10.1016/S0140-6736(16)32235-8. 18. Leal GCG, Wolff LDG, Gonçalves LS, Peres AM, Oliveira FAM. Práticas de atenção perinatal em maternidades de risco habitual: avaliação na perspectiva de mulheres. Cogitare Enferm [Internet]. 2016 [citado 2018 Mar 15];21(2):01-08. Disponível em: http://www.saude.ufpr.br/portal/revistacogitare/wp-content/uploads/sites/28/2016/10/44426-179470-1-PB.pdf. 19. Andrade PON, Silva JQP, Diniz CMM, Caminha MFC. Fatores associados à violência obstétrica na assistência ao parto vaginal em uma maternidade de alta complexidade em Recife, Pernambuco. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. [Internet]. 2016;16(1):29-37. doi.org/10.1590/1806-93042016000100004. 20. Camacho KG, Progianti JM. A transformação da prática obstétrica das enfermeiras na assistência ao parto humanizado. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2013;15(3):648-55. doi: 10.5216/ree.v15i3.18588.