9099020 | Atitudes da equipe de enfermagem frente à violência obstétrica na sala de parto | Autores: Juliana Amaral Prata|juaprata@gmail.com|enfermeira|doutora|professora Assistente|faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ; Juliana Ferreira Mafilzo|julianamafilzo@yahoo.com.br|enfermeira|especialista Em Enfermagem Obstétrica|egressa da Residência Em Enfermagem Obstétrica da Uerj|universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Resumo: **Objetivo: **Analisar as atitudes da equipe de enfermagem frente às situações de violência obstétrica na sala de parto.
**Método:** Estudo qualitativo, com 6 enfermeiras e 12 técnicos de enfermagem que atuam na sala de parto de uma maternidade municipal do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados de agosto a setembro de 2018, através de entrevistas semiestruturadas, e submetidos à técnica de análise de conteúdo.
**Resultados:** A equipe de enfermagem reconhece atitudes, condutas e procedimentos condizentes com uma prática obstétrica intervencionista e sem respaldo científico, que viola os direitos das mulheres por meio da violência física, psicológica e institucional. Entretanto, a maioria destes profissionais se intimida diante das situações de violência obstétrica, como efeito da hierarquização e das relações de poder existentes no campo obstétrico. Ainda que não se percebam em posição favorável para um embate direto com os agentes que exercem a violência, há enfermeiras e técnicos de enfermagem que reagem com estratégias diversificadas, principalmente, por meio do oferecimento das tecnologias não invasivas de cuidado para o desenvolvimento de um processo de cuidar centrado nas parturientes.
**Conclusão: **A equipe de enfermagem se configura como um importante agente para o enfrentamento da violência obstétrica na sala de parto, pois reconhece as diferentes formas de manifestações desta violência e utiliza as tecnologias não invasivas de cuidado para a promoção do exercício de cidadania das mulheres na sala de parto.
**Contribuições e implicações para enfermagem: **A atuação da equipe de enfermagem na sala de parto se revela como uma estratégia eficiente para identificar, reagir e denunciar as situações de violência obstétrica, associada à ações de educação permanente, com vistas à atualização, sensibilização e conscientização da equipe multiprofissional.
Referências: Barboza LP. Mota A. Violência obstétrica: vivências de sofrimento entre gestantes Brasil. Revista Psicologia, diversidade e saúde. 2016; (5)1: 119-29.
Bardin, L. Análise de conteúdo. Lisboa edições; 2013.
Amorim MDC. Experiências de parto e violações aos direitos humanos: um estudo sobre relatos de violência na assistência obstétrica. Universidade federal de Goiás; 2015.
Andrade PON. Silva JQP. Diniz CMM. Caminha MFC. Fatores associados à violência obstétrica na assistência ao parto vaginal em uma maternidade de alta complexidade em Recife, Pernambuco. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 2016;16(1): 29-37.
Silva MG. Marcelino MC. Rodrigues LSP. Carcaman R. Toro AK K S. Violência obstétrica na visão de enfermeiras obstetras. Rev Rene jul-ago. 2014; 15(4):720-8.
Silva DM. Mesquita SMC. Violência obstétrica: Uma análise sob o prisma da autonomia, beneficência e dignidade da pessoa humana. Revista Brasileira de Direitos e Garantias Fundamentais. 2017; (3) 2: 42-65.
Oliveira RCF. O fenômeno da violência obstétrica no sistema de saúde brasileiro. Revista Pensar Direito.2017; (7)2.
Diniz SG. Salgado HO. Andrezzo HFA. Carvalho PGC. CArvalho PCA. Aguiar CA. Niy DY. Violência obstétrica como questão para a saúde pública no Brasil: Origens, definições, tipologia, impactos sobre a saúde materna e propostas para sua prevenção. Journal of Human Growth and Development. 2015; 25(3): 377-76.
Fujita JALM. Shimo AKK. Violência na parturição: revisão integrativa. Campinas: Rev Varia Scientia - Ciênc Saúde. 2015; 1(2):167-79.
Fundação Perseu Abramo. Disponível em: < http://novo.fpabramo.org.br/content/violencia-no-parto-na-hora-de-fazer-nao-gritou>
Vargens OMC. Silva ACV. Progianti JM. Contribuições de enfermeiras obstétricas para consolidação do parto humanizado em maternidades no Rio de Janeiro. Esc Anna Nery [internet]. 2017; 21(10): e20170015.
OMS. Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto em instituições de saúde; 2014. |