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20º SENPE • ISSN: 2237-3454
Resumo: 8653306


8653306

GESTAÇÃO E MATERNIDADE POR ADOLESCENTES/JOVENS QUE NASCERAM INFECTADAS PELO HIV

Autores:
Clarissa Bohrer da Silva|clabohrer@gmail.com|enfermeira|doutora|professora Adjunta|universidade do Estado de Santa Catarina ; Maria da Graça Corso da Motta|mottinha@enf.ufrgs.br|enfermeira|doutora|professora Adjunta|universidade Federal do Rio Grande do Sul ; Renata Bellenzani|renatabellenzani@hotmail.com|psicóloga|doutora Em Saúde Coletiva|professora Adjunta|universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Resumo:
**Objetivo**: compreender a vivência da gestação e da maternidade por adolescentes/jovens que nasceram infectadas pelo HIV e as vulnerabilidades em saúde nesse contexto. **Método**: estudo qualitativo realizado em serviço especializado em HIV de Porto Alegre. Entrevistaram-se individualmente 10 adolescentes/jovens, entre junho de 2017 e março de 2018. Realizou-se análise temática, utilizando o conceito de vulnerabilidade para refletir sobre a gestação sem planejamento e as suas implicações no contexto do cuidado em HIV nas trajetórias de vida. **Resultados**: evidenciaram-se quatro categorias: A descoberta da gravidez em curso: sentimentos ambivalentes diante da soropositividade; Revelando a notícia da gestação ao parceiro, familiares e profissionais de saúde; Vivenciando o parto e a profilaxia da transmissão vertical do HIV; e A vivência da maternidade: implicações nas histórias de vida e projetos futuros. **Conclusão**: são vivenciados sentimentos ambivalentes quanto à descoberta da gravidez no contexto da soropositividade. A notícia da gestação é recebida pelo parceiro com alegria, pelos familiares e profissionais de saúde com preocupação e acolhimento. Cumprem a profilaxia com aflição/medo, a soronegatividade de seus filhos é uma meta que atingida produz alívio e sensação de dever cumprido. Desejam retomar os estudos e trabalhar para oferecerem melhores condições aos filhos. Diferentemente do silenciamento familiar/social sobre sexualidade e saúde sexual/reprodutiva em suas trajetórias prévias, intentam futuros diálogos a respeito com seus filhos(as). **Contribuições ou implicações para a Enfermagem: **as vivências da maternidade são variadas, podendo ser plena de significados positivos. Uma concepção negativa e reducionista sobre a gravidez/maternidade na adolescência, e no contexto do HIV, como “problema” aprofunda a falta de diálogo e de planejamento reprodutivo, o que impacta negativamente o cuidado, intensificando a vulnerabilidade programática desse grupo. Há necessidade de propostas dialógicas que respeitem os direitos humanos na produção do cuidado integral.


Referências:
Silva CB, Motta MGC, Bellenzani R. Motherhood and HIV: reproductive desire, ambivalent feelings and a/an (not) offered care. Rev Bras Enferm [Internet]. 2019;72(Suppl 2):[no prelo]. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0063 Paiva VSF. Dimensão Psicossocial do Cuidado. In: Paiva VSF; Ayres JR; Buchalla CM. (Orgs.). Coletânea: Vulnerabilidade e Direitos Humanos. Prevenção e Promoção da Saúde: Da doença à cidadania. V. II (pp. 41-72). Curitiba, PR: Juruá Editora. 2012. Levandowski DC, Canavarro MC, Pereira MD, Maia GN, Schuck LM, Sanches IR. Maternidade e HIV: revisão da literatura brasileira (2000-2014). Arq bras psicol. 2017;69(2):34-51. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/arbp/v69n2/04.pdf