8255719 | A formação desmedicalizada de enfermeiras obstétricas na residência | Autores: Juliana Amaral Prata|juaprata@gmail.com|enfermeira|doutora|professora Assistente|faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ; Jane Márcia Progianti|jmprogi@uol.com.br|enfermeira|doutora|professora Titular|faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Resumo: **Objetivo: **Discutir a formação desmedicalizada de enfermeiras obstétricas na residência. **Metodologia:** Pesquisa qualitativa, com 13 egressas da residência em enfermagem obstétrica, através de entrevista semiestruturada. Utilizou-se a análise do discurso e a sociologia de Pierre Bourdieu como dispositivos interpretativos e analíticos. **Resultados: **Como estratégia pedagógica para sensibilizar as discentes com saberes próprios da enfermagem, a desmedicalização e as tecnologias não invasivas de cuidado são abordadas como temáticas transversais das disciplinas do programa de ensino teórico. Para a materialização dessas concepções em habilidades, o planejamento do ensino prático se organiza a partir da diversificação dos cenários de aprendizagem e da organização diferenciada das atividades das residentes. Assim, no primeiro ano da residência, elas transitam em maternidades distintas, o que proporciona o conhecimento dos campos obstétricos como locais hierarquizados de luta e de manifestação de poder, bem como oportuniza a agregação de um grande volume de saberes e experiências no cuidado à saúde das mulheres. Já no segundo ano, o contato duradouro com um dos campos obstétricos favorece a aquisição de habilidades para desenvolver um processo de cuidar desmedicalizado e para elaborar estratégias de luta nas disputas ideológicas existentes nesses locais. **Conclusão:** As estratégias dessa formação são eficientes, pois os discursos das egressas mostraram-se ancorados na desmedicalização, denotando a incorporação de um _habitus_ profissional não medicalizado **Contribuições ou implicações para a enfermagem: **A formação na perspectiva desmedicalizada confere distinção às enfermeiras, pois atende aos interesses das políticas públicas de impulsionar a mudança do modelo assistencial obstétrico com práticas humanizadas e menos intervencionistas.
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