8206241 | Aspectos socioeconômicos e hanseníase, condições que se retroalimentam: uma reflexão necessária | Autores: Giovanna de Oliveira Liborio Dourado|giovannaliborio@hotmail.com|enfermeira|doutorado|docente|universidade Federal do Piauí ; Lídya Tolstenko Nogueira|lidyatn@gmail.com|enfermeira|doutorado|docente|universidade Federal do Piauí ; Jose Wicto Pereira Borges|wictoborges@yahoo.com.br|enfermeiro|doutorado|docente|universidade Federal do Piauí ; Telma Maria Evangelista de Araújo|telmaevangelista@gmail.com|enfermeira|doutorado|docente|universidade Federal do Piauí ; Dorlene Maria Cardoso de Aquino|dmcaquino@gmail.com|enfermeira|doutorado|docente|universidade Estadual do Maranhão |
Resumo: Objetivo: refletir sobre os aspectos sociodemográficos e hanseníase como
condições que se retroalimentam em pessoas com hanseníase. Método: apresentar
uma reflexão teórica feita com base em dados de tese realizada com 189 pessoas
com hanseníase em município hiperendêmico do nordeste brasileiro. Resultados:
A caracterização dos participantes do estudo denota aspectos de
vulnerabilidade, adultos jovens, baixa renda, poucos anos de escolaridade,
sexo feminino, desemprego. As pessoas com hanseníase vivem em um contexto que
os torna vulneráveis ao adoecimento. A baixa escolaridade interfere no
autocuidado, na busca por serviços de saúde, bem como nas possibilidades de
emprego, o que mantem a situação de pobreza. O contexto de pobreza insere o
indivíduo e família em uma condição de vulnerabilidade para hanseníase, ao
desenvolver a doença está mais propenso a sofrer estigma, sendo alvo de
exclusão e marginalização. O déficit de conhecimento aliado as fragilidades da
atenção primária a saúde dificulta o diagnóstico precoce, o que possibilita o
desenvolvimento de incapacidades físicas. O preconceito e estigma associado as
marcas no corpo podem levar a evasão escolar e interferir na atividade
laboral, o que leva o indivíduo a situação de pobreza. Conclusão: Os aspectos
sociodemográficas e a hanseníase são circunstâncias que se retroalimentam, e
ao passar dos anos esse contexto de condições desfavoráveis pode persistir e
agravar, continuando a influenciar na qualidade de vida mesmo após a alta por
cura. Faz-se necessário refletir sobre essas condições e considerar esses
aspectos para planejamento de ações de saúde.
Referências: 1 Gonçalves M, Prado MAR, Silva SS, Santos KS, Araujo PN, Fortuna CM. Work and Leprosy: women in their pains, struggles and toils. Rev Bras Enferm [Internet] 2018 [Acesso em:02 de fevereiro de 2019] 71(Suppl 1):660-7. Disponível em:dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0598
2 Who. Weekly epidemiological record Relevé épidémiologique hebdomadaire. ANNÉE [Internet]2017. [Acesso em:18 de fevereiro de 2019] v. 92, n. 35, p. 501-520. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/258841/WER9235.pdf?sequence=1.
3 Ministério da saúde (BR). Boletim Epidemiológico: Caracterização da situação epidemiológica da hanseníase e diferenças por sexo, Brasil, 2012-2016. Brasília, DF, 2018. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/janeiro/31/2018-004-Hanseniase-publicacao.pdf. Acesso em: 4 de abril de 2019.
4 Ministério da saúde (BR). SAGE - Sala de Apoio à Gestão Estratégica. Morbidade – Hanseníase. 2018. Disponível em: http://sage.saude.gov.br Acesso em: 4 de novembro de 2018.
5 Araujo TME al. IntegraHans PI: Boletim de vigilância em saúde no município de Floriano/ PI: hanseníase 2016. Floriano. Universidade Federal do Piauí, 2018. |