7535482 | CLASSIFICAÇÃO DAS CESÁREAS E ASSOCIAÇÃO AOS DESFECHOS PERINATAIS: ESTUDO METODOLÓGICO | Autores: Cristina Maria de Lima Garcia Parada|cristina.parada@unesp.br|enfermeira|pós-doutora|professora Titular|faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp ; Anna Paula Ferrari|anna_ferrari04@yahoo.com.br|enfermeira|doutora|professora Substituta|faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp |
Resumo: Introdução: Não há justificativa para que mais de 15% do total de partos sejam
cesáreas. Apesar da relevância dessa prática, não há classificação de
indicação de cesárea aceita mundialmente. Objetivo: classificar os tipos de
partos de acordo com três referências nacionais: Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) e Revisão de
Literatura Científica e verificar associações entre os desfechos perinatais e
essas classificações. Método: estudo de coorte conduzido em município
paulista. A amostra foi composta por mães/bebês que passaram por consulta na
unidade de triagem neonatal do município, entre 2015-2016. A partir da
indicação da cesárea, realizou-se a classificação de acordo com os
referenciais selecionados. Para a análise estatística, realizou-se associação
entre os desfechos perinatais e as três classificações de parto, sendo
estimadas as probabilidades de significância. Foram utilizadas técnicas de
Kruskal-Wallis e Qui-quadrado, sendo considerados significativos p<0,05. Para
verificar a direção da significância realizou-se teste de Dunn. A análise foi
realizada com o software SPSS v21.0. Resultados: do total de partos, 258
(48,6%) foram vaginais e 273 (51,4%) foram cesáreas. Considerando as cesáreas,
segundo a CONITEC, 45,0% são classificadas como eletivas e 6,4% indicadas;
pela classificação FEBRASGO, 39,9% eletivas e 11,5% indicadas e segundo a
revisão de literatura, 32% eletivas e 19,4% indicadas. Identificou-se que a
classificação CONITEC é a que mais diferencia o parto vaginal das cesáreas,
apresentando melhores resultados perinatais, considerando-se os desfechos:
tempo de início da amamentação e idade gestacional ao nascer. Conclusão:
espera-se que os profissionais da saúde utilizem a CONITEC para embasarem suas
orientações e decisões frente a melhor forma de “dar a luz”. Implicações para
a enfermagem: proporcionar melhorias na qualidade da assistência às gestantes,
puérperas e seus bebês.
Referências: Organização Mundial da Saúde. Declaração da OMS sobre taxas de cesáreas [Internet]. 2015 [acesso 20 jun 2018]. Disponível em: apps.who.int/iris/bitstream/10665/161442/3/WHO_RHR_15.02_por.pdf
Amorim MMR, Souza ASR, Porto AMF. Indicações de cesariana baseadas em evidências: parte I.FEMINA. 2010; 38(8):415-22.
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. Cesarianas – indicações [Internet]. 2002 [acesso 10 maio 2018]. Disponível em: https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/cesariana-indicacoes.pdf
Ministério da Saúde. Comissão nacional de incorporação de tecnologias no SUS. Diretrizes de atenção à gestante: a operação cesariana [Internet]. 2016 [acesso 10 Maio 2018]. Disponível em: http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2016/Relatorio_Diretrizes-Cesariana_final.pdf |