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20º SENPE • ISSN: 2237-3454
Resumo: 7359144


7359144

A AUTONOMIA DO ENFERMEIRO ATUANTE EM PRONTO-SOCORRO SOB A ÓTICA DA ERGOLOGIA

Autores:
Silviamar Camponogara|silviaufsm@yahoo.com.br|enfermeiro|doutor|docente|universidade Federal de Santa Maria ; Monica Strapazzon Bonfada|monica.strapazzon@yahoo.com.br|enfermeiro|mestre|discente|universidade Federal de Santa Maria

Resumo:
Objetivou-se conhecer como ocorre o exercício da autonomia por enfermeiros no pronto-socorro sob a ótica da ergologia. Estudo qualitativo, do tipo estudo de caso, com estratégia de triangulação de dados. A investigação foi realizada em uma unidade de pronto-socorro de um Hospital Universitário do sul do Brasil, com 23 enfermeiros atuantes no setor, no período de fevereiro a junho de 2018. Para a coleta de dados foram utilizadas a observação sistemática não participante, a pesquisa documental e a entrevista semiestruturada. A análise dos dados foi realizada por meio da análise temática, ancorada no referencial teórico da ergologia. Os resultados foram organizados em cinco categorias. A primeira, relaciona-se a contextualização do pronto-socorro, caracterizado pela complexidade e alto fluxo de atendimentos. A segunda, destaca a relação do _uso de si_ no trabalho do enfermeiro, especialmente na organização do ambiente, na assistência das intercorrências e definição de prioridades de atendimento. A terceira, retrata o trabalho prescrito, representado pelas normas antecedentes e, o trabalho real, caracterizado pela necessidade de alterações das normas existentes. Na quarta, estão descritas as dramáticas do _uso de si_ e as renormatizações do trabalho, que resultam em alterações dos protocolos assistenciais. A quinta aborda sobre a autonomia do profissional enfermeiro, a qual está atrelada a ter conhecimento, habilidade e experiência, tomar decisões rápidas e ter responsabilidades. Conclui-se que o trabalho do enfermeiro é constituído a partir de dinâmica do pronto-socorro e que possui autonomia em seu trabalho, a qual é fortalecida pelo conhecimento, experiência e valores de cada profissional. O estudo contribui na medida em que oportuniza pensar-se em estratégias que melhorem o exercício da autonomia profissional.


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