7143459 | CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS ACERCA DA VIOLÊNCIA SEXUAL E SEUS REFLEXOS NO ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS | Autores: Isaura Danielli Borges de Sousa|isauradanielli@ufpi.edu.br|enfermeiro|mestre|docente|universidade Federal do Piauí - Ufpi ; Lívia Maria Nunes de Almeida||enfermeiro|mestre|docente|universidade Federal do Piauí - Ufpi ; Ana Glecia Pimentel Alves||enfermeiro|graduado|estudante de Pós-graduação|universidade Federal do Piauí - Ufpi |
Resumo: A violência sexual, apesar de ser um crime de grave violação dos direitos
sexuais e reprodutivos, segue vitimando milhares de brasileiras. O objetivo
desta pesquisa foi avaliar o conhecimento dos enfermeiros, atuantes na atenção
básica de saúde do município de Floriano-PI, sobre a violência sexual contra a
mulher. A partir deste, pretendeu-se traçar o perfil desses enfermeiros,
caracterizar as práticas adotadas para investigação das mulheres quanto a
violência sexual; e, por fim, analisar a conduta adotada frente à situação do
atendimento as vítimas. A pesquisa fundamentou-se na abordagem quantitativa
com método descritivo-exploratório. Os dados foram coletados a partir de um
questionário semiestruturado e analisados por meio de estatística descritiva,
do programa Excel, e a luz da literatura. Os principais resultados, a partir
dos 16 entrevistados, mostraram um maior percentual de instruções para o
atendimento direcionado às vítimas oferecidas pelos graduandos (62%) em
relação as adquiridas no serviço, ou seja, pelo profissional enfermeiro (44%).
Os profissionais em sua maioria relataram não acreditar que a responsabilidade
da investigação sobre situações de violência seja do enfermeiro, porém sabem
identificar os sinais e sintomas. A justificativa para tal situação destacada
foi o medo (26%) de algo acontecer contra ele próprio e, a maioria (88%) ainda
revelaram o incômodo diante de perguntas sobre a violência sexual. No
concernente à notificação, 94% dos enfermeiros consideraram que se deve
informar o caso, sendo as vítimas encaminhadas, principalmente, ao suporte
social (37%). Conclui-se que a maioria dos enfermeiros tem dificuldades em
manejar caso de violência sexual, alguns desconhecem que se trata de uma
notificação compulsória, não tem cursos de capacitações sobre a temática e
descorda de que seja seu papel investigar durante a consulta casos de
violência sexual. Dessa forma, destaca-se que o município deve incentivar os
profissionais para a busca de novos conhecimentos sobre a temática através das
atividades de educação continuada e criar protocolos locais de atendimento as
vítimas, para dar suporte às condutas adotadas frente a intersetorialidade das
redes.
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