6263762 | PEREGRINAÇÃO EM BUSCA DE ASSISTÊNCIA PARA O PARTO: A VOZ DAS MULHERES | Autores: Rafaela Lira Mendes Costa|rafaelaliramc@gmail.com|estudante de Pós-graduação/ Mestrado Acadêmico Em Enfermagem|especialização|docente Substituta da Disciplina de Saúde da Mulher I|universidade Federal de Alagoas - Campus Arapiraca |
Resumo: INTRODUÇÃO: No Brasil, embora o direito das mulheres ao conhecimento e à
vinculação às maternidades de referência para o parto esteja regulamentado
desde 27 de dezembro de 2007, através da Lei nº 11.634, e seja uma
recomendação da Rede Cegonha para a integração do pré-natal com os demais
serviços da rede de atenção à saúde, ainda persistem muitas dificuldades no
acesso desta população às maternidades.1,2 As razões para que essa
problemática ocorra são complexas e impulsionam a peregrinação anteparto.
OBJETIVO: analisar as percepções de mulheres que vivenciaram a peregrinação em
busca de assistência para o parto na rede pública hospitalar. MÉTODO: Estudo
descritivo, exploratório, qualitativo, realizado com 37 mulheres internadas no
alojamento conjunto de um hospital público situado em Arapiraca-AL. A técnica
de coleta empregada foi a entrevista semiestruturada, guiada por um roteiro
contendo questões disparadoras acerca do tema central da pesquisa. Os dados
foram coletados no período de dezembro de 2016 a fevereiro de 2017 e
submetidos à análise de conteúdo na modalidade temática. RESULTADOS: A
preocupação com o bem-estar do bebê, o medo de parir em via pública, a
sensação de abandono resultante da falta de acolhimento nas maternidades e a
insatisfação por terem percorrido longas distâncias até os serviços de saúde
foram as principais inquietações expressadas pela maioria das mulheres.
CONCLUSÃO: A compreensão sobre as experiências femininas durante o processo da
peregrinação anteparto na rede pública hospitalar permitiu desvelar o quanto
as mulheres ainda sofrem nas portas das maternidades em busca de assistência
para o parto. CONTRIBUIÇÕES OU IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Ao cuidar da
parturiente, o enfermeiro deve considerá-la em sua totalidade, identificando
suas necessidades e reconhecendo as diferenças culturais e individuais que
permeiam o viver de cada mulher. Desse modo, poderá contribuir para a redução
da tensão, tornando o processo de parturição uma vivência positiva.
Referências: 1. Ferreira RVF. Fatores associados à peregrinação no anteparto das gestantes da Região Sudeste no Nascer do Brasil [dissertação]. Rio de Janeiro (RJ): Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; 2015.
2. Rodrigues DP, Alves VH, Penna LHG, Pereira AV, Branco MBLR, Silva LA. A peregrinação no período reprodutivo: uma violência no campo obstétrico. Esc Anna Nery. 2015 Out/Dez;19(4):614-20. |