5510150 | GESTANTES DE RISCO HABITUAL: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA ATENÇÃO PRÉ-NATAL | Autores: Tatiana Cabral da Silva Ramos|taticabralsilva@hotmail.com|enfermeira|mestre|enfermeira Estratégia Saúde da Família/docente Universidade Estácio de Sá|universidade do Estado do Rio de Janeiro - Uerj |
Resumo: Este estudo tem como objetivo: compreender a repercussão das relações
estabelecidas nas redes sociais das gestantes acompanhadas na Estratégia de
Saúde da Família e descrever as configurações das mesmas. O mesmo buscou
apreender as relações sociais das gestantes por meio de uma abordagem
qualitativa, com base na análise de conteúdo temático-categorial, articulada a
recursos do método de Análise de Redes Sociais (ARS) para a construção das
Redes. Foram entrevistadas 11 gestantes em acompanhamento na Estratégia de
Saúde da Família, em duas unidades distintas de atenção primária à saúde do
município, tendo como critérios de inclusão ter no mínimo 18 anos, estar em
acompanhamento pré-natal na unidade em qualquer idade gestacional e ter
passado por pelo menos uma consulta, como critério de exclusão ser gestante
de alto risco. Utilizou-se a técnica de entrevista semiestruturada para coleta
de informações. Foram utilizados os softwares UCINET, NETDRAW e GEPHI para a
análise de redes sociais. Após análise das entrevistas foram geradas as
seguintes categorias: acesso e disponibilidade de serviços; a rede primária
das gestantes e as questões familiares; a configuração da rede secundária das
gestantes. O estudo das redes sociais das gestantes possibilitou compreender
que a rede primária demonstra potencial influência durante o processo do pré-
natal, sendo mais acionadas figuras do sexo feminino, configurando uma baixa
participação do companheiro no acompanhamento. As redes secundárias mostraram
sua relevância a partir do vínculo de confiança estabelecido entre as
gestantes e os profissionais das ESF, especificamente médicos e enfermeiros,
com participação incipiente do agente comunitário de saúde. Conclui-se que
estudar as redes sociais das gestantes permite vislumbrar o potencial da
estrutura das redes para o cuidado pré-natal, assim como evidencia limites das
equipes e do sistema de saúde para a efetivação do cuidado.
Referências: Andrade, DMC; David, HMS. L. Análise de redes sociais: uma proposta metodológica para a pesquisa em saúde e na enfermagem - Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, v. 23, n. 6, p. 852-825, nov./dez. 2015.
Andrade, FM.; Castro, JFL.; Silva, AV. Percepção das gestantes sobre as consultas médicas e de enfermagem no pré-natal de baixo risco. R. Enferm. Cent. O. Min., [S.l.], v. 6, n. 3, p. 2377-2388, set./dez. 2016
Azevedo, MAJ. Redes sociais de usuários portadores de tuberculose: a influência das relações no enfrentamento da doença. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.
Bourdieu, P. O capital social - notas provisórias. In: Catani, A. & Nogueira, MA. (Org.). Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 1998.
Bourdieu, P. O poder simbólico. 12. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. 1. ed. rev. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. 318 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n° 32).
Giovanella, L. Atenção Primária à Saúde seletiva ou abrangente?. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, supl. 1, p. s21-s23, 2008
Haythornthwaite, C. Social Networks and information transfer. The Encyclopedia of Library and Information Science. Bates, M; Maack, M. (Eds.). NY: Taylor & Francis, 2009
Marteleto, RM. Informação, Rede e Redes Sociais - Fundamentos e Transversalidades. Inf. Inf., Londrina, v. 12, n. esp., 2007.
Marteleto, RM.; Tomaél, MI. A metodologia de análise de redes sociais (ARS). In: VALENTIM, M. L. P. Métodos qualitativos de pesquisa em Ciência da Informação. São Paulo: Polis, 2005. Cap. 4, p. 81-100
Viacava, F. et al. SUS: oferta, acesso e utilização de serviços de saúde nos últimos 30 anos. Ciênc. saúde coletiva. 2018, v. 23, n. 6, p. 1751-1762, jun. 2018 |