5465869 | O PROCESSO DE DOAÇÃO NA FAMÍLIA DE PESSOAS QUE NECESSITAM DE TRANSPLANTE RENAL | Autores: Raquel Pötter Garcia|raquelpottergarcia@gmail.com|enfermeiro|doutorado|docente do Magistério Superior|universidade Federal do Pampa ; Gabrieli de Carvalho Siqueira|gabrielisiqueira@hotmail.com|enfermeiro|acadêmica de Enfermagem|acadêmica de Enfermagem|universidade Federal do Pampa ; Eda Schwartz|eschwartz@terra.com.br|enfermeiro|doutorado|docente do Magistério Superior|universidade Federal de Pelotas |
Resumo: **Objetivo:** descrever o processo de doação na família de pessoas que necessitam de transplante renal. **Método:** resultados de uma tese de doutorado apresentada no ano de 2017 em que foi utilizado o Interacionismo Simbólico (IS) como referencial teórico e a Teoria Fundamentada nos Dados (TFD) como referencial metodológico. O estudo ocorreu com dez famílias de pessoas que realizaram transplante renal, totalizando 20 participantes (familiares e transplantados) de um município da região sul do Brasil. A coleta de dados ocorreu entre dezembro de 2014 e maio de 2015 no domicílio das famílias, por meio de entrevista intensiva. A análise dos dados foi desenvolvida conforme proposta da TFD. A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer número 861.869. **Resultados:** Os integrantes das famílias apresentaram dois processos referentes à doação: disponibilidade e indisponibilidade para a doação. Nas famílias com pessoas disponíveis, destaca-se que os familiares manifestaram grande comoção com a situação, e empenharam-se para a realização dos exames de compatibilidade, porém, na maioria dos casos apresentaram-se como incompatíveis, ou possuíam algum tipo de patologia que impediu de efetivar a doação. Já, nas famílias em que houve indisponibilidade, os familiares expressaram pouco ou nenhum interesse em realizar a doação. Ainda, alguns doentes renais, afirmaram que sequer tiveram a oportunidade de dialogar sobre a doação, pois ao saber do adoecimento, os familiares afastaram-se do convívio. **Conclusão: **identificaram-se duas faces do processo de doação e, embora, polarizadas, se tornam relevantes para o melhor conhecimento da maneira de funcionamento das famílias frente à doação. **Implicações para a Enfermagem:** conhecer aspectos familiares específicos e complexos como a doação de órgãos pode auxiliar no melhor planejamento e definição de ações da Enfermagem para as famílias que perpassam este processo.
Referências: 1 CHARMAZ KA construção da teoria fundamentada: guia prático para análise qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
2 CHARON, JM. Simbolic interactionism. 3. ed. Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 2004. |