4762481 | A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA SOB A ÓTICA DOS ENFERMEIROS OBSTETRAS | Autores: Vivianne Mendes Araújo Silva|viviannenfe@gmail.com|enfermeira|doutoranda Em Enfermagem|enfermeira Obstétrica do Instituto Fernandes Figueira- Iff|universidade do Estado do Rio de Janeiro ; Yasminn Kaiber Ribeiro|yasminn21@gmail.com|enfermeira|enfermeira Obstétrica|enfermeira|universidade Federal do Rio de Janeiro ; Ana Luiza de Oliveira Carvalho|alocenf@yahoo.com.br|enfermeira|doutora Em Ciências|professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Materno Infantil|universidade Federal do Rio de Janeiro ; Liana Viana Ribeiro|liana_vian@hotmail.com|enfermeira|doutoranda Em Enfermagem|docente de Graduação Em Enfermagem da Universidade Estácio de Sá|universidade do Estado do Rio de Janeiro ; Lucia Helena Garcia Penna|luciapenna@terra.com.br|enfermeira|doutora Em Enfermagem|professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Materno Infantil|universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Resumo: A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA SOB A ÓTICA DOS ENFERMEIROS OBSTETRAS
Vivianne Mendes Araújo Silva
Yasminn Kaiber Ribeiro
Ana Luiza de Oliveira Carvalho
Liana Viana Ribeiro
Lucia Helena Garcia Penna
O presente estudo tem como objetivos descrever a violência obstétrica durante
o trabalho de parto e parto e discutir a prática da enfermagem obstétrica no
processo de mudança na assistência ao parto e diminuição da violência
obstétrica, na visão dos enfermeiros obstetras. Trata-se de um estudo
exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados
por meio de uma entrevista semiestruturada, com perguntas abertas e fechadas.
As entrevistas foram analisadas conforme a técnica de análise de conteúdo
proposta por Bardin. Participaram do estudo 15 enfermeiros. Na análise foram
identificadas 502 unidades de registro e, neste artigo, foi analisada a
categoria de maior representatividade e suas referidas subcategorias. Enquanto
conceito, os entrevistados apresentaram em suas falas a violência obstétrica
como um desrespeito a autonomia feminina, além de citarem diversas práticas
como exemplos da mesma. Além disso, foi explicitado a dificuldade de lidar com
a conduta de outros profissionais, o que gera um sentimento de impotência
profissional. Conclusão: A violência obstétrica é a de maior incidência no
ambiente hospitalar e representa uma agressão contra a saúde sexual, mental e
reprodutiva feminina. Apesar destes profissionais possuírem uma formação com
características que se opõem veementemente à violência obstétrica, percebe-se
que a enfermagem obstétrica, em sua busca pela humanização do cenário do
parto, acaba sofrendo violência também, destacando-se dentre os tipos da mesma
o assédio moral. Consequentemente, infere-se que é unânime a compreensão de
que a violência obstétrica, na ótica da enfermagem obstétrica, fere direta e
majoritariamente a autonomia feminina e que, referindo sentimentos contrários
e negativos frente a esse cenário de violência.
Descritores: Enfermagem obstétrica; Violência contra a mulher; Tocologia
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