4421646 | A SEXUALIDADE NA FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: INQUIETAÇÕES NA ASSISTÊNCIA DA ONCOLOGIA. | Autores: Janaina Luiza dos Santos|janaina-luiza@hotmail.com|enfermeiro|doutorado|professor Adjunto Uff Campus Rio das Ostras|eerp/usp ; Lilian Cláudia Ulian Junqueira|lilianjunqueira@yahoo.com.br|psicóloga|doutorado|professor Titular Universidade Paulista Campus Ribeirão Preto|ffcl/usp ; Maithê de Carvalho E Lemos Goulart|maithegoulart@gmail.com|enfermeiro|doutorado|professor Adjunto Uff Campus Rio das Ostras|eeap/unirio ; Ana Claudia Mateus Barreto|amateusbarreto@gmail.com|enfermeiro|doutorado|professor Adjunto Uff Campus Rio das Ostras|eean/ufrj ; Leila Leontina do Couto Barcia|leila_leontina@hotmail.com|enfermeiro|doutorado|professor Adjunto Uff Campus Rio das Ostras|eean/ufrj |
Resumo: O contexto assistencial do câncer de mama precisa de atenção às necessidades
físicas, sociais e subjetivas da mulher acometida. Exige das enfermeiras,
cuidado integral, tanto técnica como de saúde mental, esta proximidade
desencadeia sentimentos de impotência e ansiedade. Objetivo: investigar as
vivências de sexualidade das enfermeiras - cuidadoras de mulheres em
tratamento. Estudo de Caso no referencial teórico metodológico da
fenomenologia, com uma enfermeira que cuida de pacientes mastectomizadas,
utilizando uma entrevista para compreensão das situações que esta se sentiu
mobilizada emocionalmente no cotidiano assistencial. Como questão norteadora:
“Como você lidou com a sua vivência de sexualidade no cuidado de pacientes
mastectomizadas em seu cotidiano?” A análise desvelou categorias que
constituiram os resultados. Revelou que esta não discriminava seus papéis
entre o ser-mulher e o ser-enfermeira, acarretou dificuldades e prejuízos da
própria sexualidade, predominando ser-enfermeira; O sofrimento da paciente, a
faz negligenciar o cuidado com a própria saúde sexual; Percebe-se mudanças no
autoconceito e na imagem corporal com sentimentos de estranhamento dela
própria e despersonificação, com o posterior descuido de si. A morte da
paciente, acarretou perda do próprio referencial de “feminino”, como
afastamento íntimo do conjuge. E com o esgotamento emocional, vislumbra-se
excluída de relações afetivas, incluindo a maternal. Considerações Finais: Ao
prestar assistência, a sexualidade deve ser vista como necessidade que precisa
ser investigada, que o ser humano é indissociável e a sexualidade é parte
inerente da sua constituição integral. A compreensão de sexualidade ultrapassa
a genitalidade e componentes biopsicossociais que atuam no corpo, relacionado
a saúde mental da pessoa. Através destes achados, possam ser pensadas ações
educacionais e reflexivas acerca da vivência de sexualidade do profissional de
forma sadia e integrada com o seu ser-pessoa, no âmbito da assistência como no
ensino e na pesquisa.
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